Besouro-escorpião. Este é o nome popular da espécie Onychocerus albitarsis. A primeira menção a ela foi feita em 1859. Há registros de sua presença na América do Sul, em países como Bolívia, Paraguai, Peru e Brasil, sobretudo em regiões da Amazônia e da Mata Atlântica.
Entretanto, até hoje apenas no Peru havia casos conhecidos de pessoas picadas pelo besouro venenoso. Mas no ano passado, foram relatados incidentes no interior de São Paulo. Dois moradores de áreas rurais de Botucatu e Boituva foram picados pelo inseto.
“No primeiro caso a vítima descreveu dor aguda e um quadro alérgico local que durou cerca de 24 horas. No segundo houve dor aguda também, mas o quadro alérgico durou apenas uma hora”, relata o biólogo Antonio Sforcin Amaral, pesquisador do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “Isso é curioso, pois dois quadros distintos se desenvolveram com a picada e ainda não sabemos o por quê, pois é necessário mais estudos sobre a composição da toxina”.
Amaral está se dedicando ao estudo desses primeiros casos no Brasil. “O besouro já era conhecido, mas só havia um registo de acidente causado por ele no Peru. O que aconteceu em São Paulo é inédito. Essa descoberta é importante pois muitas vezes uma pessoa picada por animal não consegue identificar o causador do acidente. Então é comum procurarmos atendimento médico sem saber o que nos picou”, explica.
No ano passado, o brasileiro publicou um artigo científico na publicação The Journal of Clinical Toxicology sobre os casos ocorridos no Brasil.
O besouro-escorpião tem seu ferrão nas antenas
Com apenas 2 centímetros de comprimento e antenas longas, o Onychocerus albitarsis tem um corpo peludo em tons de marrom, preto e branco. Ao invés de possuir um ferrão na cauda, o besouro-escorpião o tem nas pontas das antenas. A picada é bastante dolorosa. Todavia, o pesquisador ressalta que ela não coloca em risco a vida humana. Não é letal. Por isso não há motivo de pânico.
“A existência de um besouro peçonhento é surpreendente pois não é conhecido outro besouro capaz de inocular toxinas. Então, da perspectiva biológica, abre-se margem para entender como se deu o desenvolvimento das glândulas de toxina na ponta das antenas, um lugar incomum para se usar na defesa”, afirma.
Pequenos, mas resistentes, os besouros são um dos grupos animais mais diversos da natureza. Só o que a ciência conhece até hoje, são 250 mil espécies, divididas em 190 famílias, espalhadas por todo planeta.
A picada do besouro venenoso é dolorosa, mas não letal
*Com informações e texto da Unesp
Fotos: Antonio Sforcin Amaral/Arquivo Pessoal
Penso que à medida em que humanos forem se despojando dos seus equívocos, crimes e pecados, animais “venenosos” entrarão em extinção, na mesma proporção em que substituirmos defeitos por virtudes e mal por bem. Estamos interligados, animais e pessoas, e a ferocidade de um leão que dilacera sua presa para matar a própria fome e a de seus filhos, não é muito diferente da nossa, quando compactuamos com a matança de bois, patos, porcos e galinhas para que nossos bebês sejam nutridos. Animais venenosos utilizam seu veneno como defesa, mas nem sempre utilizamos o nosso pelo mesmo motivo, porque além de dizimarmos outras espécies, agredimos a nossa própria, sem “justa causa”, nos campos de guerra ou entre quatro paredes da própria casa, além de estendermos nosso braço homicida sobre florestas, incendiando-as e nas profundezas do mares e rios, poluindo o que era puro e matando o que era vivo. Refletimos e somos refletidos e se, felizmente, dinossauros já foram extintos, quiçá por causa da grotesca condição truculenta dos primeiros humanos que ao longo dos milênios se tornaram menos bárbaros, animais carnívoros e/ ou venenosos ainda nos identificam com a inferioridade e irracionalidade que nos caracterizam, apesar de parecermos educados, refinados, instruídos e civilizados, ocultando muitas vezes, na beleza exterior, o veneno mortal.
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Bom acho q acabei de encontrar um desse aq em casa