Lindas, majestosas e misteriosas, as baleias sempre fascinaram o ser humano. Essas gigantes dos mares, os maiores mamíferos dos oceanos, já foram fonte de inspiração para dezenas de histórias, em livros e filmes, como nos clássicos Moby Dick e Pinóquio.
Há poucos dias, biólogos do Programa de Pesquisas de Mamíferos Marinhos da Universidade de Hawai’i conseguiram registrar um momento fascinante: os primeiros minutos após o nascimento do filhote de uma jubarte (Megaptera novaeangliae).
O flagrante foi feito com um drone. O diretor do centro de pesquisas da universidade, Lars Bejder, estava filmando outras baleias, perto da costa de Maui, quando foi avisado por um guia de turismo sobre um movimento atípico na água e logo após ele, o aparecimento de sangue.
Mãe e filhote, logo após o nascimento
Quando chegou ao local, a equipe de biólogos se deparou com um filhote recém-nascido. Em seus 25 anos de carreira, foi o mais próximo que Bejder esteve do nascimento de uma baleia.
“Acho que qualquer um pode apreciar essa cena. Ela nos aproxima desses animais e nos dá uma visão realmente majestosa dessas criaturas”, disse. “É simplesmente espetacular.”
O filhote ainda nadava descoordenadamente sobre a mãe. Segundo os biólogos, sua barbatana dorsal e cauda pareciam frágeis. Durante os próximos seis meses, ele ficará junto da fêmea, para ser amamentado.
A baleia-jubarte
Descrita pela primeira vez na Nova Inglaterra, a baleia-jubarte tem seu nome científico vindo deste local – novaeangliae -, e Megaptera que em grego antigo significa “grandes asas”, já que suas imensas nadadeiras peitorais podem medir até 1/3 do comprimento total de seu corpo, algo em torno de 16 metros.
As jubartes podem ser encontradas em todos os oceanos. Chegam a pesar até 40 toneladas. Por isso mesmo é tão impressionante ver o salto de uma delas, que consegue projetar todo seu corpo para fora da água.
Nas regiões polares, a baleia-jubarte alimenta-se de krill, um minúsculo camarão. Segundo os biólogos, os machos “cantam” para chamar a atenção das fêmeas. Esta espécie vive aproximadamente 60 anos, todavia, cientistas têm dificuldade em estudá-la porque ela passa a maior parte do tempo submersa. Por isso, registros como os feitos pelos cientistas americanos são tão importantes.
A gestação da jubarte dura 11 meses
No Brasil, as jubartes são vistas entre os meses de julho e novembro, quando chegam ao país para se reproduzir nas águas quentes dos trópicos. O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no sul da Bahia, é considerado o berçário da espécie no Oceano Atlântico Sul Ocidental. É lá que está localizado o Instituto Baleia Jubarte, que luta pela proteção e conservação desta linda espécie marinha.
A Universidade de Hawai’i tem um projeto que estuda o impacto das mudanças climáticas sobre a espécie e na sua caça a alimentos (veja mais aqui, no site em inglês).
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Fotos: Marine Mammal Research Program at the University of Hawai’i