Ele é a voz da natureza. Esta é a sensação que têm milhões de britânicos e apaixonados por programas sobre animais e meio ambiente, de outras partes do mundo, ao ouvir a narração ou reportagens feitas pelo naturalista David Attenborough. Durante as últimas décadas, o senhor, hoje com 92 anos, viajou pelos quatro cantos do planeta – ou aqueles em que as atividades humanas ainda não destruíram – mostrando a biodiversidade da Terra e as belezas e o comportamento de nossa fauna e flora.
Mas ontem (05/12), o naturalista inglês subiu ao palco da Conferência das Nações Unidas para o Clima, COP24, na Polônia, para fazer um alerta aos líderes internacionais presentes ali.
“No momento estamos presenciando um desastre em escala global provocado pelo homem, nossa maior ameaça em milhares de anos: as mudanças climáticas”, disse. “Se não agirmos, o colapso de nossa civilização e a extinção de grande parte do mundo natural despontam no horizonte.
Attenborough foi escolhido para fazer o “discurso do povo”, uma mensagem vinda da sociedade civil aos representantes de 200 países reunidos em Katowice.
Durante o discurso do naturalista, foi reproduzido um vídeo com a fala de pessoas do mundo inteiro. A maioria delas afirma que sente os impactos do aquecimento global em seu dia a dia.
“As pessoas já falaram. O tempo está se esgotando. Elas querem que vocês, tomadores de decisão, ajam agora. Líderes do mundo, vocês precisam agir. A continuação de nossa civilização e do mundo natural do qual dependemos está nas suas mãos”, ressaltou.
Na abertura da conferência, o secretário geral da ONU, António Gutierrez também foi contundente ao falar sobre o clima. “As mudanças climáticas são mais rápidas do que nós e precisamos detê-las antes que seja tarde demais”. E ele foi além. “Para muitos – pessoas, regiões e até países -, isso já é uma questão de vida e de morte”.
Na semana passada, o relatório Estado do Clima Global, da Organização Meteorológica Mundial, revelou que 2018 foi o quarto ano mais quente já registrado desde 1850. O ano passado perdeu apenas para 2016, 2017 e 2015. Isso quer dizer que os quatro últimos anos foram todos os mais escaldantes desde o início das medições com termômetros.
Foto: divulgação Unclimatechange/Flickr e vídeo The Sun