É realmente impressionante. Não bastasse toda a tragédia que o fogo dos incêndios florestais provocou na Califórnia, mais de uma semana após seu início, ele continua causando transtornos nos Estados Unidos. E desta vez, do outro lado do país, na costa leste americana.
Esta semana os moradores de Nova York acordaram com uma neblina forte e segundo mapas meteorológicos da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), a fumaça teria vindo do norte da Califórnia, depois de percorrer quase 5 mil km de distância.
Segundo especialistas, isso não é algo incomum. E já teria ocorrido no meio do ano, quando o estado sofreu com outros incêndios florestais.
Até este momento, as autoridades californianas registraram 83 mortes. Mais de 500 pessoas ainda estão desaparecidas. A cidade de Paradise ficou completamente destruída. Mais de 15 mil casas e construções viraram cinzas.
Outras áreas atingidas pela fumaça do fogo foram Sacramento, a capital, e São Francisco, como mostramos aqui, neste outro post. Nesta última, a qualidade do ar ficou tão ruim, que foi considerada por alguns dias como a cidade mais poluída do mundo. Em diversas lojas, os estoques de máscaras de proteção acabaram, tal foi a demanda da população, preocupada com os possíveis efeitos da fuligem sobre a saúde.
Finalmente começou a chover na região afetada pelo fogo na Califórnia, mas agora a preocupação dos bombeiros é com possíveis deslizamentos de terra. Além disso, a lama pode dificultar ainda mais a busca por sobreviventes.
Enquanto o presidente Donald Trump, que visitou os locais afetados, continua negando a existência das mudanças climáticas, o mundo inteiro acompanha horrorizado cenas que mais parecem saídas de filmes como Blade Runner, em que a humanidade vive em um planeta sombrio e eternamente sob brumas.
De outro lado, cientistas do clima não têm medo em afirmar que a tragédia que só se agrava na Califórnia, ano a ano, é mais um dos efeitos do aquecimento global, que torna os extremos climáticos (secas, incêndios, furacões e tempestades) mais fortes e frequentes. Nas últimas décadas, a chamada “estação dos incêndios” no estado está mais intensa e longa. Ela tem durado, em média, 105 dias mais do que nos anos 70.
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Foto: Nick Brown/Creative Commons/Flickr