Em mais um dia de debates em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, que reúne os principais líderes e especialistas globais, um dos temas em pauta foi igualdade de gêneros e o empoderamento das mulheres.
Entre os participantes da conversa estava Malala Yousafzai, ganhadora do Nobel da Paz, em 2014, juntamente com o indiano Kailash Satyarthi. A jovem ativista, que luta pelo acesso à educação por jovens mulheres, criou a iniciativa Malala Fund, que trabalha para que toda menina tenha direito a doze anos de formação escolar, principalmente nos países pobres, do Hemisfério Sul.
Malala conclamou empresas do mundo inteiro a contribuir com mais recursos para a educação feminina. “Com investimento nas mulheres, o retorno será muito alto”, afirmou. “Jovens educadas e capacitadas aumentam o desenvolvimento econômico, ajudam a reduzir a pobreza, mudam pontos de vista e erradicam males, como o trabalho infantil”.
Além da jovem paquistanesa, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que também fez parte do encontro, anunciou que o país irá dobrar sua contribuição ao Global Partnership for Education, para $180 milhões por ano.
A iniciativa internacional apoia 65 países em desenvolvimento a assegurar que toda criança tenha acesso à educação básica de qualidade, dando prioridade aos mais pobres, vulneráveis e aqueles, vivendo em áreas de conflito.
“Para qualquer sociedade poder prosperar, todo cidadão precisa ter a chance de progredir e realizar seus sonhos. Educação é vital para que isso aconteça”, afirmou Trudeau.
“Empodere e dê educação às mulheres e você verá que o debate irá mudar, as preocupações serão outras e o tipo de decisões a serem tomadas – todas serão para melhor!”, destacou o primeiro-ministro canadense.
Trudeau ressaltou ainda a importância no estímulo à participação das mulheres em carreiras nas áreas de tecnologia, ciência, engenharia e matemática, o que na sigla em inglês, é conhecido como STEM. Para ele, os homens devem ser os protagonistas no empoderamento feminino. “Homens precisam ter a coragem de ser feministas e a integridade de serem aliados”.
A história de Malala
Malala Yousafzai poderia ser como qualquer outra garota paquistanesa. A única diferença é que ela era apaixonada pelos livros. Adorava estudar e não perdia um aula. Certo dia, entretanto, o grupo extremista Talibã invadiu sua cidade e proibiu que as meninas frequentassem a escola. Malala, com apenas 12 anos, levou sua voz para o mundo e contou o que acontecia no Paquistão. Rapidamente, a garota de olhar reservado e sempre vestindo véu, se tornou a mais forte ativista internacional pelos direitos de meninas receberem educação.
Por sua batalha, Malala quase perdeu a vida. Numa emboscada, terroristas do Talibã tentaram matá-la. Mas ela sobreviveu, afinal, Malala Yousafzai não desiste facilmente perante qualquer desafio. E ela ainda tinha muito o que fazer. Na Inglaterra, onde se recuperou, a menina hoje vive no exílio. Não pode mais voltar ao seu país natal. Lá, ela e sua família, estão ameaçados de morte.
Malala já fez discursos nas Nações Unidas, conversou com presidentes e primeiros-ministros. Mas nunca deixou de lado seus livros. E o estudo. Recusou palestras e entrevistas para se dedicar ao Edgbaston High School, uma escola de meninas, em Birmingham. Hoje é uma das estudantes da renomada Universidade de Oxford.
“We have to invest in our future.”—@Malala is calling on world leaders to #FundEducation through @GPforEducation. Take action now: https://t.co/Zaju9thRhm pic.twitter.com/S8xy9uRKU1
— GlobalCitizenAU?? (@GlblCtznAU) 10 de janeiro de 2018
Foto: United Nations Photo