Imagens preliminares de satélite do Centro de Informações Nacional de Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC, na sigla em inglês) mostraram que a cobertura de gelo ao redor do continente antártico diminuiu para o menor patamar dos últimos anos.
É comum que no final do mês de fevereiro, durante o final do verão do Hemisfério Sul, o gelo boiando entorno do continente gelado atinja seu menor volume. Entretanto, as imagens dos satélites americanos revelaram que, já no dia 13 de fevereiro, a extensão do gelo era apenas de 2.28m km2, abaixo do que foi registrado em 27 de fevereiro de 1997, quando observado um derretimento recorde na região.
Mark Serreze, diretor do NSIDC, afirmou que vai esperar novos dados de satélite do gelo antártico para confirmar a novo – e lamentável – marca. “A não ser que algo surpreeendente aconteça, realmente devemos ter um nível de derretimento recorde na Antártica”, afirmou à agência de notícias Reuters. “Algumas pessoas dizem que ele (recorde) já existe. Somos mais precavidos e vamos aguardar a méda de cinco dias consecutivos”.
Até hoje, o continente antártico tinha se mostrado mais resistente aos efeitos das mudanças climáticas, mostrando poucos sinais de derretimento frente às altas temperaturas do planeta, diferentemente do Ártico, onde a cada ano, o gelo retrai mais.
Para muitos céticos do clima, aqueles que afirmam que o aquecimento global não existe e o homem não tem culpa nenhuma sobre o que está acontecendo, a estabilidade do gelo na Antártica era prova de que os cientistas estavam sendo alarmistas demais. Parece agora que os satélites do NSIDC vem corroborar os estudos científicos que atestam que o planeta está ficando perigosamente mais quente.
“Sempre imaginamos que a Antártica era um elefante adormecido. Agora parece que ele está começando a se mexer”, lamentou Serreze.
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Foto: domínio público/pixabay