Não há outro caminho para as empresas que provocam grandes impactos ambientais e sociais no mundo: mudar de rota, rever e transformar seu negócio para tornar-se sustentável, na prática. O pedido de concordata da americana Peabody Energy, maior produtora de carvão mineral de propriedade privada no mundo, vem reforçar isso.
Com essa decisão, a corporação busca proteger-se da falência e tentar se recuperar, mas o fato é que chegou a essa situação com a queda vertiginosa dos preços da energia e dos metais no mundo a partir de 2014 e também por causa da compra da australiana Macarthur, em 2011. Seu intuito era tornar-se gigante como fornecedor de carvão metalúrgico para siderúrgicas da Ásia. Faltou visão. A demanda caiu, principalmente na China.
Essa notícia chega na mesma semana em que o Fundo Soberano da Noruega, o maior do mundo – que reúne US$ 860 bilhões -, divulga a primeira lista de mineradoras e produtoras de energia a partir do carvão mineral que serão excluídas de seu portfólio. No total, são 52 grandes corporações e a Peabody Energy está entre elas.
A medida atende a proibição de investimentos em fontes sujas de energia no país, acordado no Parlamento no ano passado. Caso alguma das empresas listadas se comprometa a baixar sua produção de carvão consideravelmente – para menos de 30% -, em três anos, a exclusão poderá ser revista.
Foto: Nettetal/Pixabay
Leia também:
Leonardo Di Caprio se junta à campanha pelo desinvestimento em combustíveis fósseis