E se fosse seu filho? Esta é a pergunta que o Fundo as Nações Unidas (Unicef) faz em sua nova campanha: #aindadátempo. Em 2015, comemora-se o os 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, que transformou em lei a obrigação de Estado, família e sociedade em garantir direitos e à proteção integral àqueles que têm entre 12 e 18 anos.
Infelizmente, ainda estamos longe de poder celebrar esta data. Pelas ruas do Brasil e do mundo, vemos crianças passando fome, longe das escolas e sendo obrigadas a pedir esmolas. Com a crise dos refugiados da Síria, milhares delas têm morrido no mar, tentando a travessia para um lugar mais seguro, longe da guerra.
Os números são tristes – e impressionantes. O Unicef estima que mais de 19 mil crianças refugiadas chegam todos os meses à Europa. Na Nigéria, devido à ação do grupo extremista Boko Haram, 1,4 milhão de menores foram obrigados a deixar suas casas. Outros 2 milhões de crianças sírias estão fora da escola devido à guerra civil. E a cada minuto, uma criança morre por causa da malária no mundo, mas principalmente em países pobres da África.
Para alertar os brasileiros sobre esta situação inaceitável, o Unicef, em parceria com a agência de publicidade Ogilvy Brasil, criou uma ação para chamar a atenção das pessoas e engajá-las contra as violações de direitos às crianças.
A peça central da campanha #aindadátempo é um vídeo com cenas reais (que está no final deste post), gravadas na maior feira de intercâmbio da América Latina, no mês passado, em São Paulo.
Durante o evento, foi montado um estande de uma agência de intercâmbio fictícia, a ECA Exchange Programs – To change children’s lives (em tradução livre, ECA Programa de Intercâmbios – Para mudar a vida das crianças).
Quando os visitantes da feira entram no local, atores oferecem a eles opções de programas de intercâmbio simplesmente impensáveis: lutar numa guerra civil com armas de verdade, passar alguns dias em um campo de refugiados, executar trabalhos pesados ou até estudar em escolas sem água, eletricidade ou material didático.
A reação das pessoas – em sua grande maioria pais – é de horror. Como estão sendo filmados por câmeras escondidas, é possível ver em seus rostos a expressão de espanto. “Neste exato momento, milhões de crianças no Brasil e no mundo estão tendo seus direitos violados. O objetivo da campanha é chamar a atenção para essa realidade, fazendo com que os pais, ao imaginar seus filhos nessas situações, se conectem com a gravidade do problema”, afirma Edith Asibey, do Unicef Brasil. “Nós estamos convencidos de que ainda dá tempo de garantir os direitos de todas as crianças e adolescentes, sem exceção”.
Se você quer aderir à campanha #aindadátempo, pode contribuir de diversas formas. No site do Unicef, dá para fazer doações a partir de R$ 30 (com este valor a entidade consegue comprar 2 mil pastilhas purificadoras de água que podem evitar a diarréia em milhares de crianças). No Conexão Planeta, também listamos uma série de organizações que trabalham com refugiados e precisam de ajuda. Confira neste outro post.
Agora, assista ao vídeo da campanha #aindadátempo e se faça a pergunta: E seu fosse meu filho?
Foto: Henri Ismail/Creative Commons/Flickr