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Uma visita à casa do rabo-branco-de-margarette

Uma visita à casa do rabo-branco-de-margarette

Fomos apresentados ao Parque Estadual da Serra do Conduru pelos guias Adrião e Bigo, na maior expectativa de conhecer de perto o rabo-branco-de-margarette (Phaethornis margarettae), um beija-flor endêmico, ou seja, só pode ser avistado no Brasil, especificamente entre o norte do Espírito Santo e Pernambuco, em determinadas áreas isoladas e, em maior quantidade, justamente nesse parque, na Costa do Cacau.

Delicado e extremamente territorialista, é considerado “grande” com seus 17cm do bico à cauda. No comecinho da primavera, inicia a marcação de seu poleiro, normalmente um galhinho horizontal de 1 a 2 metros do solo em floresta fechada. Ali, permanece cantando incessantemente durante horas a fio enquanto outros de sua espécie também cantam, marcando território. É muito difícil diferenciar o macho da fêmea.

Gosta de banhar-se em água límpida e corrente pela manhã e ao final do dia. Uma característica bem marcante desta espécie é abrir a cauda em leque, o que faz muitas vezes quando quer conquistar uma parceira.

Uma visita à casa do rabo-branco-de-margarette

O rabo-branco-de-margarette usa um ramo abrigado sob uma folha para dormir, mudando o local diariamente, mas sempre próximo ao dormitório do dia anterior. Vive diretamente conectado à Floresta Atlântica, onde busca alimento, abrigo e constrói seu ninho.

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Ah, e se a curiosidade também bateu por aí sobre seu nome, a resposta está aqui: o margarettae é uma homenagem à Margaretta Lammot DuPont Greenewalt, esposa de Crawford Hallock Greenewalt, conservacionista e fotógrafo.

Uma visita à casa do rabo-branco-de-margarette

Parque do Conduru: santuário de espécies raras e endêmicas

Entre Ilhéus, Itacaré e Uruçuca, no sul da Bahia, com 9.275 hectares, o Parque do Conduru representa um dos trechos mais bem preservados de Floresta Atlântica do Brasil e sua fama é mundial por abrigar fauna e flora impressionantes. Originalmente habitado por Gueréns e Tupiniquins, é considerado um santuário de espécies raras e endêmicas.

Em 1997, época da criação do parque, foram encontradas 458 espécies de árvores em um único hectare! Essa espetacular descoberta ganhou repercussão internacional e colocou o local na posição de hotspot de biodiversidade.

Além do conduru, uma árvore com madeira vermelha que inspirou o nome do parque, foram identificadas mais de 1.000 espécies, ao longo do tempo, sendo 150 exclusivas do sul da Bahia e norte do Espírito Santo.

Como era de se esperar, esta exuberante vegetação abriga muitas aves, mamíferos e anfíbios. Alguns ameaçados de extinção, como o macaco-prego-do-peito-amarelo (Sapajus xanthosternos) e o sabiá-pimenta (Carpornis melanocephala).

Por toda esta confluência de atrativos, pesquisadores do Brasil e do exterior visitam Conduru para conferir de perto porque ele mereceu a classificação de hotspot ambiental.

Para preservar esta grande biodiversidade, no entorno foram criadas diversas áreas de proteção ambientais, como a APA Costa de Itacaré/Serra Grande, Lagoa Encantada e Rio Almada, além de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, entre elas a Pedra do Sabiá, Rio Capitão, Fazenda Capitão, Araçari, Salto Apepiqui e Jindiba.

Conhecer um pouco da comunidade local faz parte do trabalho dos guias; então, ao final da passarinhada fomos saborear uma deliciosa moqueca na beira da Praia de Pé de Serra e conhecer o sítio/hospedagem de Adrião que fica colado ao Parque.

O parque está aberto das 8h às 17h e as visitas são agendadas com o gestor Marcelo Barreto pelo fone (73) 3211-8248 ou cgpesc@gmail.com – este e outros passeios podem ser agendados com Adrião (81) 9599-9184 ou Bigo (73) 9811-1156

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Fotos: Renato Rizzaro

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