
“À medida que a terra esquenta, os animais sentem que algo está errado e começam a se movimentar. A manada soa o alarme e isto é só o começo”. Esta foi a ideia que embasou o projeto The Herds, iniciativa inovadora de arte pública e ciência, projetada para inspirar milhões de pessoas ao redor do mundo a agirem em prol do clima, renovando nosso vínculo com a natureza.
Desenvolvido pela organização The Walk Productions, sediada no Reino Unido e dos mesmos criadores do projeto Walk with Amal (@walkwithamal) – marionete de 3,6 metros de uma menina síria de dez anos, que já visitou 18 países arrecadando US$ 1 milhão para refugiados -, The Herds apresenta uma coleção de marionetes de animais (leopardo, girafa, rinoceronte, zebra, gorila, chimpanzé etc), em tamanho real, que percorrerão uma rota de 20 mil km por mais de 30 cidades em 15 países: da Bacia do Congo (de onde já saiu) ao Círculo Polar Ártico, durante cinco meses: de abril a agosto.

Foto_ reprodução de video
A escolha da República Democrática do Congo para iniciar essa jornada se deve ao fato de o país abrigar a segunda maior floresta tropical do mundo. E por que terminar no Ártico? Devido ao derretimento do gelo, cada vez mais veloz.

Foto: reprodução de vídeo
O projeto reúne artistas e organizações líderes mundiais nas áreas de cultura e clima, que reconhecem a necessidade de ir além dos argumentos científicos para conquistar corações e mentes a favor de uma ação climática mais ampla.

Foto: reprordução de vídeo
As marionetes de vida selvagem foram projetadas e desenvolvidas pelo Coletivo de Arte Ukwanda Puppets and Designs, que fica na Cidade do Cabo, e pelo diretor artístico do projeto, Amir Nizar Zubai, e são confeccionadas com materiais reciclados, facilmente disponíveis em cada território por onde a manada irá passar.

dos protótipos e das marionetes dos animais da manada
Foto: The Herds / divulgação
A ideia é que, em cada cidade, moradores sejam treinados para reproduzir e animar as marionetes para que participem das performances artísticas em larga escala e possam dar continuidade. “Acho que um dos grandes impactos deste projeto é o fato de estar acontecendo em 20 cidades diferentes”, diz Zubai. “Ele viajará por diferentes culturas, diferentes lugares, e se acumulará. E contará a história do Congo também na Noruega, porque temos parceiros em todos os lugares”.

Ao longo do percurso, o público poderá participar de apresentações especiais gratuitas e de oficinas elaboradas com companhias de dança, criadores de teatro e artistas de renome mundial.
Além disso, foi planejado um programa educacional complementar para envolver escolas, famílias e comunidades com recursos gratuitos, incluindo kits de design de marionetes de código aberto.
A rota definida para o projeto The Herds inclui as seguintes cidades:
– Kinshasa, capital da República Democrática do Congo: 9 a 11 de abril de 2025
– Lagos, Nigéria: 18 a 20 de abril
– Dakar, Senegal: 25 a 27 de abril
– Marrakesh, Marrocos: 3 a 5 de maio
– Casablanca, Marrocos: 9 a 10 de maio
– Rabat e Sale, Marrocos: 11 de maio
– Andaluzia, Espanha: 1 de junho
– Madri, Espanha: 10 a 11 de junho
– Arles, França: 13 de junho
– Marselha, França: 14 a 15 de junho
– Veneza, Itália: 17 de junho
– Paris, França: 20 a 22 de junho
– Londres, Reino Unido: 27 a 29 Junho
– Grande Manchester, Reino Unido: 3 a 5 de julho
– Copenhague e Aarhus, Dinamarca: 18 a 21 de julho
– Estocolmo, Suécia: 24 a 26 de julho e
– Trondheim, Noruega: 28 a 30 de julho.
Ainda falta definir as localidades no Círculo Polar Ártico.
Apoio do WWF
Em toda a sua jornada, o The Herds conta com o apoio da organização WWF. Daudi Sumba, diretor de conservação da ONG, justifica: “Em um mundo tão conflituoso e dividido, reconhecer os pontos em comum que abrangem culturas e comunidades em todo o planeta é mais importante do que nunca. A arte pública pode conectar as pessoas em um nível mais profundo às crises planetárias das mudanças climáticas e da perda da natureza, ajudando a fomentar a criatividade, a abertura e a coragem para mudar a maneira como vivemos”.
“As mudanças climáticas e a perda de biodiversidade estão ligadas; as alterações do clima estão entre os principais impulsionadores do declínio da natureza, enquanto a perda de biodiversidade reduz a capacidade do planeta de se recuperar dos impactos climáticos. É um ciclo vicioso e está se movendo mais rápido do que nós. As mudanças climáticas já estão aumentando as taxas de conflito entre humanos e animais selvagens, forçando os animais selvagens e as pessoas a saírem de suas casas e aumentando a ameaça de extinçãode espécies que sustentam nossas vidas – tornando a vida mais difícil para todos”.
“Enquanto The Herds debandam pelas paisagens, que sirva de lembrete marcante a todos que cruzam seu caminho: se continuarmos a deixar nossas vidas dependerem de combustíveis fósseis e do consumo excessivo da natureza, não apenas a vida selvagem perderá seu lar, mas nós também”, finaliza.
The Herds, em vídeos
Por fim, para você compreender melhor a dimensão do projeto The Herds, assista a dois vídeos publicados no YouTube, que apresentam o conceito e a confecção dos protótipos e das marionetes – com depoimentos dos designers responsáveis por seu desenvolvimento.
O terceiro foi produzido pela agência AP e apresenta os bastidores do início da jornada, em Kinshasa, no Congo.
Em seguida, assista mais dois vídeos (publicados no Instagram) que mostram o lançamento do projeto este mês – “o movimento já começou, no Congo!” -, com as marionetes em ação, caminhando e correndo pela floresta e se reunindo para seguir o grande percurso. No segundo, os animais chegam ao rio Congo.
_____________
Acompanhe o Conexão Planeta também pelo WhatsApp. Acesse este link, inscreva-se, ative o sininho e receba as novidades direto no celular.
Foto (destaque):