
Em janeiro, uma tartaruga marinha da espécie cabeçuda (Caretta caretta) foi atacada por um predador – provavelmente um tubarão –, mas sobreviveu. Resgatada em alto mar por biólogos do Inwater Research Group (que, desde sua fundação em 2001, já capturou 24.983 tartarugas), em Juno Beach, na Flórida, ela apresentava ferimentos graves na nadadeira dianteira direita.
Foi levada para o Loggerhead MarineLife Center – misto de hospital e atração turística, que possui tanques com tartarugas para observação do público –, mas mesmo com toda a acolhida – logo ganhou o nome carinhoso de Dilly Dally – e os cuidados especiais dos veterinários, não teve jeito: o membro ferido teve que ser amputado.

E para voltar à natureza, a jovem tartaruga precisaria passar por um processo intenso de reabilitação. Diferente de outras espécies de animais, mesmo sem um dos membros, as tartarugas-cabeçudas podem ter vidas longas e produtivas, por isso, são consideradas aptas à soltura nessas condições. Mas Dilly conseguiria?
Durante cinco longos meses, ela foi treinada e aprendeu a dominar a arte de nadar com apenas uma nadadeira dianteira. Isso também sob os olhos do público, que torcia por sua recuperação.
Em geral, o par de nadadeiras da frente das tartarugas marinhas é utilizado para imprimir velocidade, enquanto o traseiro – as nadadeiras são menores –, é responsável por fazer curvas. Ou seja, ela teve que fortalecer a nadadeira esquerda, até que chegou o grande dia!
Em 4 de junho, Dilly Dally voltou para casa, e não foi sozinha. Em seu casco, levou uma antena com rastreador de satélite, que, desde então, fornece informações de sua jornada, em tempo real.
Nas redes sociais, o Loggerhead MarineLife Center publicou vídeo com registros de sua recuperação até a despedida, na maré alta. “Nada de enrolação aqui! Dilly Dally está de volta em casa. Estamos muito felizes em vê-la de volta ao oceano, sã e salva”.

Dilly foi colocada numa grande banheira de plástico para ser transportada com conforto até a praia. Na areia, após deslocamento de dois minutos, foi envolvida paulatinamente pelas ondas, deixando apenas a antena do rastreador à mostra, por um tempo. E sumiu no Oceano Atlântico. Ao fundo do vídeo, é possível ver a multidão de banhistas que foi se despedir de Dilly.

“Agora, com um rastreador via satélite ativo, podemos obter dados sobre sua trajetória no oceano, em tempo real, o que é realmente emocionante!”, contou Marika Weber, técnica veterinária que integrava a equipe que cuidou de Dilly Dally, à CBS. “Agora sabemos como os padrões de migração ou forrageamento (busca e exploração de recursos alimentares) mudam”.
Mas não só os cientistas acompanham Dilly; o público também. “Graças a uma colaboração emocionante com o Smithsonian , seguimos Dilly na sua jornada através de um rastreador. E você pode nadar junto com Dilly em nosso site!”.
Agora, sem uma nadadeira e completamente reabilitada, Dilly é parceira da ciência.
A seguir, assista ao vídeo que mostra momentos da recuperação da tartaruga até sua soltura:
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Com informações do Loggerhead MarineLife Center, da AP e da GoodNews Network
Foto (destaque): reprodução do vídeo