
Desde fevereiro, o Zoológico da Filadélfia, na Pensilvânia (EUA), está em festa. No dia 27 desse mês, nasceu o primeiro dos quatro filhotes de uma subespécie da tartaruga-de-Galápagos (Chelonoidis niger porteri) – criticamente ameaçada de extinção – e a equipe de tratadores e veterinários ainda está monitorando outros 12 ovos que podem eclodir nas próximas semanas.

Foto: Zoológico da Filadélfia / divulgação

Foto: Zoológico da Filadélfia / divulgação
Em 150 anos de existência, esta é a primeira vez que nascem tartarugas dessa espécie na instituição! Mommy e Abrazzo, respectivamente a mãe e o pai dos bebês, são tartarugas-de-santa-cruz-ocidental e os residentes mais velhos do zoológico: cada um tem cerca de 100 anos de idade. Também são as maiores tartarugas do mundo: os machos podem chegar a 225 quilos, e as fêmeas, a 115 quilos.
Mommy é a tartaruga mãe de primeira viagem mais velha de sua espécie no mundo e considerada uma das mais valiosas, em termos genéticos, de sua espécie no Plano de Sobrevivência das Espécies de Tartarugas de Galápagos da AZA – Associação de Zoológicos e Aquários.
A última ninhada da espécie a eclodir num zoológico credenciado pela AZA foi em 2019, no Zoológico Riverbanks (foi de lá que veio Abrazzo), na Carolina do Sul. E há casais reprodutores nos zoos de San Diego, Miami e Honolulu.
A quinta e próspera ninhada da velha tartaruga
Os pequenos estão se alimentando muito bem e crescendo normalmente no Centro de Répteis e Anfíbios, mas o zoo planeja apresentá-los ao público em 23 de abril, quando se completam 93 anos da chegada de Mommy ao zoo.

“Nascida na natureza, ela chegou ao zoológico em 1932, o que significa que qualquer pessoa que tenha visitado o zoológico nos últimos 92 anos provavelmente a viu”, conta Jo-Elle Mogerman, presidente da instituição.

Foto: Zoológico da Filadélfia / divulgação
A chegada das tartaruguinhas “é resultado de anos de trabalho árduo estudando o comportamento animal e fornecendo cuidados de alto nível. Até agora, os genes da Mommy não estavam representados na população da AZA, tornando esses filhotes extremamente importantes para a proteção desta espécie”, explica Lauren Augustine, diretora de Herpetologia do Zoológico da Filadélfia.
Segundo ela, a equipe de cuidados com os animais trabalhou muito para fornecer as condições ideais para que a mamãe botasse seus ovos, os incubasse e para que eclodissem sem nenhuma intercorrência.
Abrazzo chegou a Filadélfia em dezembro de 2020, muito bem recomendado pelo Zoológico Riverbanks, onde foi pai de diversos filhotes.
Desde 2023, Mommy teve um total de quatro ninhadas de ovos, mas as três tentativas anteriores não foram viáveis. Até que, em novembro do ano passado, ela botou 16 ovos e, para garantir o resultado, a equipe de répteis e anfíbios do zoo os colocou numa incubadora artificial, prevendo que poderiam eclodir num período entre quatro e oito meses.
Nova linhagem genética
Ainda não se sabe se os filhotes permanecerão no zoo da Filadélfia ou serão transferidos para outras instalações. Isso será resolvido em conjunto com a AZA, mas o que já está acertado é que ficarão, pelo menos, por cinco anos.

Foto: Zoológico da Filadélfia / divulgação
“A visão do Zoológico da Filadélfia é que esses filhotes façam parte de uma população próspera de tartarugas de Galápagos em nosso planeta saudável daqui a 100 anos”, destaca Jo-Elle Mogerman.
E Rachel Metz, vice-presidente de Bem-Estar e Conservação Animal do Zoológico da Filadélfia, completa: “Esses filhotes não apenas protegem esta espécie da extinção, mas também servem como importantes embaixadores para inspirar os visitantes a proteger a vida selvagem e seus habitats”.
Antes dos filhotes de Mommy, existiam 44 tartarugas-gigantes de Santa Cruz Ocidental em todos os zoológicos dos EUA, juntos. Por isso, a chegada dos 16 filhotes (se todos os ovos vingarem) representa uma nova linhagem genética e uma grande contribuição para a preservação da espécie.
Vale destacar que, em algum momento da história, cada uma das Ilhas Galápagos teve sua própria subespécie única de tartaruga (com capacidade para viver entre 100 e 200 anos), no entanto, várias delas estão extintas.
Por outro lado, cientistas estimam que, atualmente, existem 13 espécies vivas nativas em sete das 13 ilhas principais do arquipélago de Galápagos.
A seguir, veja Mommy, alguns ovos e filhotes no vídeo produzido pelo Zoológico da Filadélfia:
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Foto (destaque): Zoológico da Filadélfia
Com informações do Zoológico da Filadélfia