
Gosta de poemas? Então, pra começar bem a semana ou desanuviar num momento tenso e estressante, que tal ouvir poemas gravados por 54 poetas, artistas, escritores e pesquisadores nos idiomas português, ticuna, guajajara, baniwa e alemão.
Para curtir a novidade que chegou em 18 de janeiro ao Brasil, é só ligar para 0800-01-76362 de qualquer lugar do Brasil – ou (+55 11) 5039 1344 caso esteja fora do país -, gratuitamente, e se deixar levar por um dos 181 poemas selecionados para o projeto Dial-a-Poem, que se apresentam de forma aleatória.
Este serviço gratuito foi lançado em 1968 por John Giorno nos Estados Unidos e teve apenas edições na França e no México. Agora, está sendo oferecido pela primeira vez no Brasil – e na América do Sul – desde 18 de janeiro. Mas só até 15 de março!
Entre as vozes selecionadas por Marcela Vieira – a curadora da versão brasileira – estão as de Arnaldo Antunes (com Márcia Xavier), Amara Moira, Ana Martins Marques, Arto Lindsay, Denilson e Lili Baniwa, Eucanaã Ferraz, Fabrício Corsaletti, Gregorio Duvivier, Janaína Leite, Maria Bethânia, Nuno Ramos, Reinaldo Moraes, Roberta Estrela d’Alva, Trudruá Dorrico, Veronica Stigger e Zahy Tentehar (foto acima).
“O foco da curadoria e, consequentemente, a seleção dos convidados, buscou investigar como vozes contemporâneas de diferentes origens, influências, regiões, gerações e estilos imaginam e reinventam um tema caro a Giorno, o erotismo – e, por extensão, a linguagem e a performance sonora“, diz o texto do programa no site da Coleção Moraes-Barbosa (responsável pelo lançamento do programa no Brasil).
Também até 15 de março, o Dial-A-Poem ainda participa da exposição Sit in My Heart and Smile, em cartaz no Centro de Arte da Coleção Moraes-Barbosa, em São Paulo (Travessa Dona Paula, 120, no bairro de Higienópolis), com trabalhos de John Giorno. A programação é gratuita.
O projeto nos EUA e no mundo
Para Giorno a poesia deveria ser ouvida e não apenas lida, recitada por outras vozes que não a do(a) leitor(a). Foi pensando assim que, um ano depois do lançamento do conceito, ele reuniu dez telefones e secretárias eletrônicas de tamanho industrial e concretizou a sua ideia, apresentada no MoMa (Museu de Arte Moderna), de Nova York.

Foto: John Giorno Foundation
No início, 35 escritores recitavam versos para quem ligasse. Em 1970, o escopo do projeto já havia aumentado, passando de 35 para 55 poetas e um acervo de cerca de 700 poemas. Hoje, o Dial-A-Poem inclui 293 gravações feitas por 135 pessoas ao redor do mundo.
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Fotos: Jorge Bispo / divulgação (Maria Bethânia), Márcia Xavier / divulgação (Arnaldo Antunes) e Manoela Mello / divulgação TV (Zahy Tentehar)