Com o calor extremo anunciado para esta e a próxima semanas, brigadistas de diferentes regiões do Brasil estão em alerta. Em Bonito, no Mato Grosso do Sul, incêndio possivelmente causado por um raio, está sob controle, mas destruiu cerca de 500 hectares em região próxima ao Rio Formoso. Já no Parque Nacional do Araguaia e na Terra Indígena (TI) Inywebohonã, no Tocantins, a situação é extremamente preocupante porque ambos estão em chamas há mais de 20 dias.
A TI, homologada em 2006, é considerada santuário ecológico por abrigar os biomas amazônicos, do Pantanal e do Cerrado – rica em biodiversidade de flora e fauna -, onde vivem comunidades das etnias Avá-Canoeiro, Iny Karajá, além de povos isolados da Ilha do Bananal e Javaé.
As chamas incessantes, as altas temperaturas e o tempo seco e quente têm atrapalhado o trabalho das equipes de brigadistas do Ibama e do ICMBio – são cerca de 200 – e cerca de 32 mil hectares já foram destruídos na Mata do Mamão, na Ilha do Bananal, de acordo com o G1.
“A gente está no auge do período crítico de ocorrência de incêndio na maior parte do território brasileiro. A maior parte desses incidentes está sendo debelada de forma rápida, mas esse daqui está enveredando mais esforços das duas instituições”, explica o coordenador nacional de prevenção e combate a incêndios do ICMBio, João Paulo Morita.
“Está muito quente, está muito seco, temperaturas acima dos 40 graus, ventos muito fortes, umidade relativa do ar muito baixa e que dificulta bastante o trabalho”, completou.
O agente ainda destacou que o acesso difícil às áreas em chamas também atrapalha os brigadistas. No início, ainda era possível abrir caminho no meio da mata, mas, agora, ou se atravessa o rio Javaé (que está com nível de água bem baixo) de carro ou só de helicóptero.
“A gente não consegue chegar por meio terrestre nas frentes de combate, todo o deslocamento precisa ser feito por meio aéreo, são locais remotos e com muita dificuldade de locomoção em terra, essa é a maior dificuldade”.
A situação é tão critica que seis brigadistas ficaram cercados pelo fogo e tiveram que ser resgatados por helicóptero.
Em 2009, 2016 e 2017, o Parque Nacional do Araguaia também foi atingido por incêndios de grande magnitude. Há seis anos, entre agosto e setembro, o parque perdeu mais de mais de 332 mil hectares de vegetação, especialmente na Mata do Mamão.
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Assista:
Mais da metade da área do Parque Nacional do Araguaia foi consumida pelas chamas
Foto (destaque): reprodução de vídeo da GloboPlay