Mais um país europeu está se rendendo às muitas vantagens das bicicletas. O governo da Noruega divulgou esta semana que irá investir 8 bilhões de coroas norueguesas, algo em torno de 923 milhões de dólares, na construção de dez estradas para bicicletas. As supervias não serão implantadas ao longo de estradas já existentes, mas serão construídas especificamente para o uso de ciclistas.
As estradas terão duas pistas e facilitarão a circulação dos ciclistas noruegueses dentro e ao redor das nove maiores cidades do país. A ideia é melhorar – e estimular – a ligação entre os moradores de subúrbios com os centros urbanos, não a conexão entre cidades. Além disso, as megaciclovias devem desafogar o trânsito e reduzir congestionamentos.
Engenheiros de tráfego da Noruega estimam que, quando prontas, as estradas permitirão que os ciclistas conseguirão atingir até 40 km/h. As autoridades esperam que até 2030, aproximadamente 10% a 20% de todas as jornadas feitas no país, sejam feitas com as magrelas.
Alguns críticos (sempre há os céticos) dizem que o país é montanhoso demais e muito frio para o ciclismo. Pura bobagem. Os escandinavos estão acostumados com as temperaturas extremas e não deixam de fazer atividades ao ar livre por causa disso.
Na semana passada, noticiamos aqui no Conexão Planeta, que Copenhague vai instalar semáforos inteligentes para priorizar o tráfego de bicicletas e ônibus na cidade. Mesmo nos meses de inverno, quando neva e o clima é rigoroso, as pessoas não deixam de utilizar a bicicleta. Sabem que, em muitas situações, conseguem chegar bem mais rápido pedalando do que se usassem carro.
Assim como a iniciativa dinamarquesa, as estradas para bicicletas da Noruega fazem parte de um projeto maior para reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2), principal gás responsável pelo aquecimento global. O Plano Nacional de Trânsito da Noruega prevê medidas para acabar com a poluição provocada pelo transporte no país. A meta é que, até 2030, 75% dos ônibus e 50% dos caminhões do país tenham nível de emissão de CO2 baixo. Já ferries e barcos que fazem travessias de distância curta, algo bastante comum na costa norueguesa, terão que também apresentar índicos mínimos de emissão ou usar biocombustíveis.
Já no setor automotivo, o governo da Noruega deu um grande impulso para a compra de carros elétricos, ao reduzir os impostos sobre os mesmos. De acordo com a Associação de Carros Elétricos do país, a comercialização de veículos verdes bateu recorde em 2015. Dos 150 mil carros vendidos no ano passado, 26 mil eram elétricos – com zero emissão de carbono.
Talvez com o novo investimento nas estradas, as cidades norueguesas consigam aparecer no Copenhagen Index, ranking internacional anual que elege os lugares onde a infraestrutura para a bicicleta como meio de transporte é melhor. Atualmente a Noruega não é citada na lista.
Copenhagen Index 2015 – cidades amigas das bicicletas
- Copenhague (Dinamarca)
- Amsterdam (Holanda)
- Utrecht (Holanda)
- Strasbourg (França)
- Eindhoven (Holanda)
- Malmö (Suécia)
- Nantes (França)
- Bordeaux (França)
- Antuérpia (Holanda)
- Sevilha (Espanha)
Foto: Colville-Andersen/Creative Commons/Flickr