Esta é a primeira vez, na história da Nasa, que uma mulher e um homem negro participam de uma viagem à Lua. Os escolhidos são Christina Hammock Koch e Victor Glover.
Eles são astronautas, trabalham há dez anos na agência espacial americana e vão integrar a tripulação da missão Artemis II, que será lançada em novembro de 2024 para voar ao redor da Lua e também terá Reid Wiseman (da NASA) e Jeremy R. Hansen, da Agência Espacial Canadense.
Redi será o comandante, Christina e Jeremy, especialistas em missão; e Victor, o piloto. Eles vão decolar no foguete SLS – o mais poderoso do mundo – e viajarão a bordo da cápsula Orion, acoplada no topo do foguete, que, se desprenderá e os levará à Lua.
A notícia foi divulgada na segunda-feira, 3/4, pela Nasa, que declarou que a escolha faz parte da promessa da agência de levar diversidade às explorações espaciais.
A Artemis II será a primeira viagem à Lua desde a última missão tripulada, a Apollo 17, em dezembro de 1972, que levou Gene Cernan e Harrison Schmidt, os últimos dos 12 astronautas da NASA (todos brancos!) que caminharam na lua durante seis missões. A primeira foi a Apollo 11, em julho de 1969, com Neil Armstrong e Edwin “Buzz” Aldrin.
Mas, desta vez, ninguém vai pisar na Lua: essa tarefa está reservada para a missão Artemis III, que, certamente, também terá uma mulher e uma pessoa não-branca compondo a tripulação.
“Pela primeira vez em mais de 50 anos, esses indivíduos serão os primeiros seres humanos a voar para as proximidades da Lua”, contou Vanessa Wyche, diretora do Nasa Johnson Space Center. “Na tripulação estão a primeira mulher, a primeira pessoa negra e o primeiro canadense em uma missão lunar, e todos os quatro astronautas representarão o melhor da humanidade enquanto exploram para o benefício de todos”, declarou.
Haverá o dia em que não será mais necessário celebrar as conquistas de mulheres, negros, indígenas, homossexuais, pessoas trans, idosos e pessoas com deficiência na sociedade, mas enquanto tivermos que noticiar retrocessos nos direitos humanos, comemoraremos cada passo. E este, sem dúvida, é mais um. O lugar das mulheres e dos negros é onde eles quiserem!
Pioneirismo e recorde
Christina Hammock Koch nasceu em Michigan, tem 44 anos, é formada em engenharia elétrica e física e mestre em engenharia elétrica.
Antes de tornar-se astronauta da Nasa (em 2013), dedicou-se ao desenvolvimento de instrumentos de ciência espacial e à engenharia de campo científico remoto.
Numa das expedições espaciais de que participou, bateu recorde entre as mulheres, sendo a primeira a permanecer mais tempo no espaço: 328 dias.
Em 2019, participou da primeira caminhada espacial feminina e de mais cinco, somando 42 horas e 15 minutos de atividade.
Segundo a Nasa, Christina foi engenheira de voo na Estação Espacial Internacional (ISS) em três expedições, contribuindo para “centenas de experimentos em biologia, ciências da Terra, pesquisa humana, ciências físicas e desenvolvimento tecnológico”.
Missão longa
Victor nasceu e cresceu na Califórnia e tem 46 anos. Foi piloto de testes da Marinha dos Estados Unidos e membro do Legislativo no Senado.
Em sua trajetória, coleciona 3 mil horas de voo em mais de 40 aeronaves, mais de 400 pousos interrompidos em porta-aviões e 24 missões de combate.
Como Christina, integrou a equipe de astronautas da Nasa em 2013. Seu primeiro voo espacial aconteceu sete anos depois e ele foi o primeiro homem negro a participar de uma missão longa, por seis meses, a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
Victor completou 168 dias em órbita e participou de quatro caminhadas espaciais. Numa das expedições de que participou, atuou como engenheiro de voo na ISS, contribuindo para muitas tarefas, como “investigações científicas, demonstrações de tecnologia, cultivo de plantações e tirar centenas de fotos da Terra”, divulgou a Nasa.
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Com informações da Nasa, CNN, G1, Reuters
Foto (destaque): Josh Valcarcel/Nasa
