
Ao participar da abertura da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (World Sustainable Development Summit – WSDS), em Nova Delhi, na Índia, ontem (5),Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, foi homenageada com o Prêmio de Liderança para o Desenvolvimento Sustentável.
A homenagem é concedida, desde 2005, pela organização indiana TERI – The Energy and Resources Institute (Instituto de Energia e Recursos) a líderes globais que se destacam por suas contribuições excepcionais para a promoção da sustentabilidade e de ações climáticas.
“Ao receber esse prêmio, compreendo que não é apenas um reconhecimento por meu trabalho individual, mas, sim, um testemunho da importância do papel do Brasil na agenda ambiental e climática”, declarou a ministra na ocasião.
O prêmio foi entregue à Marina e ao economista e político Bharrat Jagdeo, vice-presidente da Guiana desde 2020, que já presidiu seu país de 1999 a 2011 e é Embaixador da Boa Vontade da FAO/ONU.
Entre os premiados de anos anteriores, estão Ban Ki-moon (2009), ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU); Michael Bloomberg (2002), ex-prefeito de Nova York e Enviado Especial da ONU para Soluções Climáticas; José Manuel Durão Barroso(2015), ex-presidente da Comissão Europeia e ex-primeiro-ministro de Portugal; e Jeffrey Sachs (2020) economista e professor da Universidade de Columbia, EUA, é conhecido por seu trabalho em agências internacionais para a redução da pobreza, entre outros.
Desmatamento, financiamento climático, NDC e COP30
Em seu discurso de agradecimento, Marina Silva destacou algumas conquistas do governo federal e do ministério que lidera como a “redução do desmatamento na Amazônia em 46% em 2024”, na comparação com 2022 (o menor nível de proteção dos últimos nove anos).
Também falou da criação, em 2023, do Mecanismo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forest Forever Facility – TFFF), que visa ampliar fluxos financeiros para aproteção da natureza e remuneração dos serviços ecossistêmicos e “deve estar em operação até a COP30”, em novembro, em Belém
E ainda mencionou o G20, salientando que, por meio de sua presidência brasileira tem promovido diálogos estruturados entre ministros de Finanças e Meio Ambiente e presidentes de Bancos Centrais com o intuito de debaterem o financiamento climático. A iniciativa resultou no lançamento da BIP – Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica.
A ministra também citou a apresentação da nova meta climática do Brasil sob o Acordo de Paris durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão, ainda em novembro de 2024, meses antes do prazo final, em fevereiro deste ano. A nova NDC brasileira (Contribuição Nacionalmente Determinada) prevê que o país reduza 59% a 67% de suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, tendo, como base, os níveis de 2005.
Por fim, ela ainda comentou sobre os resultados esperados para a COP30. “Ela precisa ser a COP da aceleração da implementação, garantindo que os compromissos assumidos em Dubai e Baku se traduzam em ações concretas”.
“Precisamos avançar na transição para o fim dos combustíveis fósseis” [um cutucão nas declarações do presidente Lula que diz que quer explorar petróleo na Bacia da Foz do Rio Amazonas], “para o fim do desmatamento, bem como ampliar o financiamento climático para US$1,3 trilhão anuais, partindo do montante de US$ 300 bilhões prometidos pelos países desenvolvidos”.