Essa é uma daquelas notícias que acalenta nossos corações. Mostra todo o esforço de várias pessoas e entidades para salvar vidas animais e mais do que isso, reunir com segurança novamente, uma mãe e seu filhote. Nesse caso, duas onças-pintadas.
O caso aconteceu no município de Ladário, no Mato Grosso do Sul, na madrugada do dia 29 de maio. Moradores da cidade entraram em contato com o Corpo de Bombeiros após avistar duas onças andando pelas ruas. Juntaram-se ao intenso trabalho de resgate representantes da Polícia Militar Ambiental, Fundação de Meio Ambiente de Corumbá e médicos veterinários e biólogos da organização Instituto Homem Pantaneiro (IHP).
As onças eram mãe e uma filhote, uma fêmea também. Todavia, com a movimentação para a captura, a primeira acabou correndo e se separando da segunda.
A filhote tentou se esconder numa fábrica de gelo na região do porto de Ladário. Com todo cuidado, a equipe do IHP, que tem larga experiência com esse tipo de ação, conseguiu sedar o animal com tranquilizantes. Pouco depois, ela foi levada para o outro lado do rio Paraguai, onde moradores relataram ter avistado mãe e filhote anteriormente.
Não demorou muito para a mãe aparecer em busca de seu filhote. Com todos os profissionais ainda de plantão, houve o alerta de que uma onça adulta estava no quintal de uma casa, bem perto de onde a filhote tinha sido resgatada.
Foi realizada então mais uma grande operação para imobilizar a mãe e levá-la, de barco, com segurança, para a outra margem do rio, para que a família pudesse ser reunida.
A mãe, após ser capturada, ainda sedada
(Foto: Guilherme Pantanal)
Segundo os técnicos do IHP, pelo fato das onças-pintadas estaram na mesma região, as duas conseguiriam encontrar-se.
“No acompanhamento dos médicos veterinários foi identificado que o filhote estava com cerca de 1 ano e meio, devido à coloração dos dentes. Além disso, a mãe ainda apresentava sinais de amamentação, porém com indicativo de processo de desmame. Em geral, as onças-pintadas acompanham os filhotes pelo período de dois anos”, esclareceu o instituto em comunicado.
Ainda de acordo com todos os envolvidos, os moradores de Ladário foram fundamentais para que toda a ação fosse bem-sucedida.
“No Pantanal, coexistência e conservação fazem parte da rotina dos moradores”, diz Diego Viana, médico veterinário e coordenador do Programa Felinos Pantaneiros do IHP.
União de esforços para a história que teve um final feliz
(Foto: Guilherme Pantanal)
Foto de abertura: Guilherme Pantanal