Uma armadilha fotográfica flagrou uma onça-pintada desconhecida pelos pesquisadores do Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. Entretanto, o que mais animou a equipe da Unidade de Conservação foi desconfiar, que a fêmea, está provavelmente esperando um filhote.
A onça-pintada (Panthera onca), também chamada de jaguar, é o maior felino das Américas. Originalmente, este animal era encontrado desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Atualmente, está oficialmente extinto nos Estados Unidos, é muito raro no México, mas ainda pode ser visto na Argentina, Paraguai e Brasil.
Devido à perda de habitat e a fragmentação da mata, provocados pelo desmatamento, especialistas receiam que a onça-pintada possa desaparecer da Mata Atlântica, como mostramos aqui, neste outro post.
A espécie já perdeu 85% de seu habitat e sobrevive em apenas 2,8% do bioma atlântico, em grupos muito pequenos: existem menos de 300 indivíduos – 100 deles vivendo na região do Parque Nacional do Iguaçu.
Por esta razão, o registro da imagem da onça-pintada, possivelmente prenha, foi tão comemorado. Os pesquisadores batizaram a fêmea de Índia, mas não pretendem interferir em seu ambiente natural, para não deixar cheiro humano no local, e assim, permitir que ela se sinta segura para dar à luz. Normalmente, uma onça-pintada tem de um a dois filhotes por gestação.
O monitoramento da espécie no Parque Nacional do Iguaçu faz parte do Projeto Onças do Iguaçu. São 80 armadilhas fotográficas, espalhadas nos 185 mil hectares do local.
A reprodução em cativeiro da onça-pintada
Em junho, nasceram dois filhotinhos de onça-pintada no Refúgio Biológico do Iguaçu. O filhote pintado era um macho e o preto uma fêmea. Ambos são irmãos de Cacau, uma outra onça-pintada que nasceu no mesmo local em 2016. Todos são crias de Nena (leia mais aqui).
Nos últimos dez anos, cerca de dez outros animais da mesma espécie nasceram em cativeiro no Brasil. Geralmente, a reprodução nestas condições é muito difícil, já que as onças-pintadas que chegam nestes lugares são mais velhas e passaram da idade reprodutiva. Na vida selvagem, a expectativa de vida delas é de cerca de 12 anos. Em cativeiro, podem chegar aos 25 anos.
Na natureza, animais solitários, como as onças, quando perdem sua capacidade para buscar alimentos e defender seu território, acabam morrendo. Para sobreviver, eles precisam ser atletas perfeitos.
Nena chegou ao Refúgio Biológico de Foz do Iguaçu depois de ter sido resgatada e cuidada pelo Instituto Onça Pintada, em Goiás. Ela tinha sido encontrada, ainda filhote, ao lado da carcaça da mãe na região de Araguaia, na divisa entre Mato Grosso e Goiás.
Com a chegada dos novos filhotes e o futuro aumento de onças nascidas ali, a equipe do Refúgio Biológico começa a pensar na possibilidade de desenvolver um programa de repovoamento da espécie, no bioma da Bacia do Rio Paraná.
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Foto: divulgação