
Pouquíssima gente sabe (inclusive eu, admito!), mas a grande maioria daqueles coelhos lindos que vemos por aí, principalmente na época da Páscoa, não são espécies nativas do Brasil, mas sim, da Europa. Foram trazidos para nosso país ao longo do tempo. Todavia, três filhotes da única espécie genuinamente brasileira, o tapiti (Sylvilagus brasiliensis), foram encontrados no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O fato é considerado raro porque os tapitis têm hábitos noturnos, o que torna muito difícil a observação desses animais, ainda mais, no meio da floresta – e vale lembrar que o Parque Nacional da Tijuca é considerado a maior floresta urbana do mundo – , pois fica bem no meio da cidade.
Os três filhotes foram achados por um grupo de monitores ambientais e brigadistas. Os tapitis estavam no ninho, mas a mãe não estava próxima a ele.
O ninho dessa espécie de coelho selvagem é feito com vegetação e com o próprio pelo do animal.

O registro dos três tapitis
Em geral, a fêmea do tapiti tem dois fihotes por gestação. “A descoberta deles mostra que realmente a mãe encontrou condições confortáveis para se nutrir e gerar três filhotinhos, um a mais que a média. Além de condições seguras também”, afirmam os especialistas do parque.
Apesar de o tapiti ser uma espécie nativa do Brasil, ela não é exclusiva do território nacional. Pode ser observada na América do Sul e Central, do México ao Brasil.
Na idade adulta, o Sylvilagus brasiliensis mede entre 21 e 40 cm de comprimento e pesa até 1,25 kg. Suas orelhas são estreitas e pequenas se comparadas a de outros coelhos.

Um tapiti adulto – a única espécie de coelho selvagem nativa do Brasil
“O registro é uma oportunidade rara de apreciar as joias da casa e se inspirar para protegê-las! Neste caso, coelho-brasileiro de verdade!”, celebrou a equipe do Parque Nacional da Tijuca em suas redes sociais.
E quando visitar esse parque no Rio ou qualquer outro no Brasil, não esqueça das importantes recomendações:
– Não alimente e nem dê de beber a animais selvagens. Nunca faça isso. Eles sabem se alimentar sozinhos, não precisam dos seres humanos. Nem mesmo os macacos-prego, que são bastante comuns no parque, precisam de ajuda para comer ou beber;
– Nada de deixar frutas para eles, muito menos biscoitos. Leve o seu lixo com você para fora do parque e descarte-o na lixeira. Essa é uma das melhores maneiras de se conviver em harmonia com uma fauna tão próxima do contato conosco. Colabore!
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Fotos: Eduardo Brito/Parque Nacional da Tijuca e Brian Henderson/Creative Commons/Flickr (tapiti adulto)
Pelo jeito este ninho foi descaracterizado, os tapitis fazem ninhos conforme descrito no texto, mas em tocas. Os filhotes expostos desta forma ficam vulneráveis ao tempo e à predadores
JÁ AVISTEI EM MATAS DE FRIBURGO RJ.