PUBLICIDADE

Encalhe de mais de 450 tartarugas marinhas em apenas seis meses soa alerta entre pesquisadores do Paraná

Encalhes de mais de 450 tartarugas marinhas em apenas seis meses soa alerta entre pesquisadores do Paraná

Desde outubro de 2024, 452 tartarugas marinhas apareceram encalhadas no litoral paranaense. Só nos três últimos meses do ano passado, foram contabilizados 325 registros. Os números soaram o alerta entre a equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que realiza o monitoramento das praias da Bacia de Santos.

Segundo os pesquisadores, existe uma preocupação maior ainda porque a maior parte dos encalhes é de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), uma das espécies considerada ameaçada de extinção não apenas pelo Ministério do Meio Ambiente, mas também pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Entre janeiro e março de 2025, 66 desses animais encalharam e apenas dois deles estavam vivos.

Ainda não se sabe a causa exata para esse aumento de encalhes de tartarugas marinhas no Paraná, que está sendo investigada. Entre os possíveis fatores apontados estão a captura acidental na pesca, a poluição marinha, como a ingestão de resíduos plásticos, e as mudanças climáticas.

Encalhes de mais de 450 tartarugas marinhas em apenas seis meses soa alerta entre pesquisadores do Paraná
Tartaruga encontrada sem vida
Foto: Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná

Os pesquisadores explicam que, quando as tartarugas são encontradas com vida, elas são encaminhadas para um centro de tratamento e reabilitação, onde passa por uma série de exames de saúde, para que se possa definir a causa do encalhe, com o objetivo final, sempre, de seu retorno à natureza.

PUBLICIDADE

“A análise dos encalhes nos permite compreender melhor as ameaças enfrentadas pelas tartarugas marinhas e desenvolver estratégias para minimizar esses impactos. O trabalho de reabilitação não apenas salva vidas individuais, mas também contribui para o conhecimento científico e para a conservação da biodiversidade marinha”, destaca o médico veterinário Fábio Lima, responsável técnico do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) na UFPR.

Os profissionais da universidade paranaense ressaltam também a importância do conceito de Uma só saúde (One health, em inglês), que reconhece a interconexão entre a saúde dos animais, do meio ambiente e das pessoas. “A conservação marinha não é apenas uma questão ecológica, mas também de saúde pública. Os oceanos desempenham um papel essencial na regulação climática e na manutenção da biodiversidade. Proteger a fauna marinha é garantir o equilíbrio ambiental e o bem-estar das futuras gerações”, lembra Camila Domit, coordenadora do PMP-BS/UFPR e do LEC-UFPR.

Tartarugas marinhas são animais que podem viver mais de 100 anos. No mundo todo, até hoje, são conhecidas sete espécies. Cinco delas são encontradas na costa brasileira: cabeçuda ou mestiça, verde ou aruanã (Chelonia mydas), oliva (Lepidochelys olivacea), de pente ou legítima (Eretmochelys imbricata) – a mais ameaçada dentre todas – e de couro ou gigante (Dermochelys coriacea) – a maior de todas as espécies.

Encalhes de mais de 450 tartarugas marinhas em apenas seis meses soa alerta entre pesquisadores do Paraná
Profissionais trabalhando no atendimento de uma tartaruga
Foto: Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal

do Paraná

—————————–

Acompanhe o Conexão Planeta também pelo WhatsApp. Acesse este link, inscreva-se, ative o sininho e receba as novidades direto no celular

Leia também:
Pesquisadores denunciam ataque de cães a tartarugas marinhas no litoral do Sergipe
Tartarugas marinhas estão antecipando temporada de desova por causa das mudanças climáticas
Mais de 1 milhão de tartarugas marinhas foram mortas pelo tráfico ilegal nos últimos 30 anos
Doença viral, agravada pela poluição, é grave ameaça às tartarugas marinhas que frequentam costa brasileira

Foto de abertura: Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná

Comentários
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Notícias Relacionadas
Sobre o autor