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Após susto, filhote de urso intoxicada com mel alucinógeno passa bem e até ganha nome do público; em breve, deve ser devolvida à natureza

Na sexta-feira passada, 12 de agosto, a notícia do resgate de uma filhote de urso encontrada na província de Duzce, no noroeste da Turquia, após ingerir grandes quantidades de mel alucinógeno, viralizou nas redes sociais e, além de comover, surpreendeu muita gente. 

No vídeo divulgado pelo Ministério da Agricultura e Florestas no Twitter, ela aparece recostada na parte traseira de uma caminhonete, sentada de barriga para cima como um ser humano, visivelmente aflita, desorientada, se balançando e choramingando, com os olhos bem abertos.

Ela foi levada a um veterinário, onde foi tratada, e as autoridades locais logo divulgaram que já estava em boas condições e, certamente, logo seria devolvida à natureza.

Claro que esta não deve ter sido a primeira vez que um urso fica dopado ao ingerir o ‘mel louco’ (tradução livre de deli bal, como é conhecido no país), mas esta foi a primeira vez que um animal precisou ser resgatado após a ingestão da iguaria.

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Origem e efeitos

Sua origem está na flor de uma espécie nativa de rododendroRhododendrum Ferrugineum (na foto abaixo) -, planta arbustiva abundante apenas em altas altitudes como nos Montes Kaçkar, situados na costa do Mar Negro no leste da Turquia, e também no Himalaia na região do Nepal

Rhododendrum Ferrugineum / Foto:

O que torna o mel venenoso é a grayanotoxina, uma potente neurotoxina encontrada no pólen e no néctar da planta. Quando as abelhas que se alimentam deles, produzem um mel vermelho-lama, que tem cheiro forte e sabor amargo e tem efeito alucinógeno em mamíferos humanos ou animais, conforme a quantidade ingerida.

O ‘mel louco’ é utilizado – principalmente na Europa -, sob supervisão médica, para baixar e controlar a pressão arterial e driblar a impotência.

Basta a ingestão de uma colher de chá – do mel puro ou dissolvido em água quente ou leite fervido – para levar a um estado levemente alucinógeno – relaxante, calmante ou eufórico, conforme a quantidade ingerida, explica a reportagem do jornal britânico The Guardian

No entanto, se ingerido em excesso, pode causar alucinações e batimentos cardíacos mais lentos, paralisia temporária, náuseas, desmaiosconvulsões, arritmia, dores de cabeça e inconsciência.

Seus efeitos somem em 24 horas, sem intervenção médica, mas, em casos raros, o mel pode levar à morte.

No século XVIII, os europeus já importavam o miel fou (mel louco, em francês) dos otomanos para adicioná-lo à cerveja, conferindo-lhe um efeito extra

Apesar dos perigos e do preço – os apicultores precisam enfrentar escaladas perigosas para recolher o mel – ele é facilmente encontrado à venda online. No site da Deli Bal, 250g custam US$ 48 (equivalente a R$ 244)., ele pode ser comprado em sites, como o ‘Deli Bal’, por US$ 95/100 gramas (aproximadamente R$ 485). Talvez por isso, todos os anos dezenas de pessoas são internadas em hospitais da Turquia intoxicadas pelo mel chamado, por vezes, nos anúncios online, de ‘misterioso’.

Um nome para a filhote

O Ministério da Agricultura da Turquia aproveitou a repercussão do caso para envolver ainda mais os cidadãos e tornar a toxicidade do mel mais conhecida.

Em sua página no Twitter, convidou todos a participarem de uma campanha para batizar a filhote (veja o vídeo no final deste post).

Entre as milhares de sugestões recebidas, a escolhida foi Balkiz, como mostra a foto abaixo que ainda revela que a pequena ursa marrom está se recuperando bem.

A seguir, assista ao vídeo publicado pelo ministério com imagens do momento em que Balkiz foi encontrada, do resgate e do atendimento veterinário.

Foto: reprodução de vídeo

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