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Animais têm direito à vida tanto quanto nós


Desde criança sou obcecado por animais (já contei um pouco sobre isso no lançamento deste blog). Sempre que meus pais podiam me levar em algum lugar eu pedia para ir ao zoológico. Livros e mais livros de bichos começaram a lotar as prateleiras do meu quarto e os documentários da National Geographic e da BBC eram frequentes na TV lá de casa.

Aprendi a admirar e a respeitar os bichos e, durante minha carreira, tive muitos encontros inesquecíveis com a vida selvagem. Graças a eles escolhi a biologia e encontrei o que realmente gosto de fazer.

Hoje, 4 de outubro, é o Dia Mundial dos Animais (World Animal Day). A data, celebrada no Dia de São Francisco de Assis (padroeiro dos animais e do meio ambiente) tem o objetivo de chamar a atenção para a importância da conservação e para os perigos enfrentados pelas espécies.

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Animais são fascinantes! Eles colonizaram todo o tipo de ambiente. De densas florestas até os desertos mais secos, de montanhas elevadas até o fundo dos oceanos. Onde quer que estejam interagem com outros seres vivos e com o meio ambiente e produzem mudanças constantes e complexas, essenciais para a manutenção de um ecossistema saudável. No entanto, há uma espécie que explora os recursos do planeta de uma forma tão devastadora que coloca em risco a vida dos animais na Terra. Infelizmente essa espécie é a humana.

A destruição dos habitats é a principal ameaça enfrentada pela vida selvagem. Com a derrubada das árvores, a harpia (foto no final do post), por exemplo, perde locais para construção de ninhos, o mico-leão-dourado fica aprisionado em ilhas de florestas entre campos que foram abertos e o tamanduá-bandeira corre o risco de ser atropelado ao cruzar estradas.

As queimadas liberam gás carbônico (CO2) e contribuem para o efeito estufa. O fenômeno é mais claro nos polos, onde o urso-polar tem menos tempo para caçar focas no gelo marítimo e precisa nadar grandes distâncias em busca de alimento. Mas o aquecimento global também é sentido nos trópicos e nos oceanos. Anfíbios e corais são sensíveis ao aumento na temperatura.

Hoje, somos mais de 7 bilhões. A população mundial continua crescendo e as cidades seguem diminuindo cada vez mais o espaço dos animais. A proximidade com os seres humanos traz problemas para grandes predadores, como a onça-pintada que enfrenta a retaliação de fazendeiros (que abatem o felino para proteger seus rebanhos).

Milhares de elefantes morrem a cada ano para que suas presas sejam transformadas em objetos religiosos. Tigres são exterminados para que seus ossos sejam vendidos como remédios no mercado negro asiático. Os cornos de rinocerontes têm o mesmo destino.

O tráfico de animais também é motivo de baixas consideráveis. Segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (RENCTAS), a cada dez animais retirados da natureza só um sobrevive. Há mais araras-azuis em cativeiro do que na natureza e a ararinha-azul possivelmente já está extinta de seu habitat natural.

Um dos casos mais extremos é o do Solitário George (foto abaixo). Ele era considerado o animal mais raro do mundo. A tartaruga-gigante era a última sobrevivente da Ilha de Pinta (Galápagos). A morte de George no dia 24 de junho de 2012 marcou a extinção da espécie.

No Brasil, temos a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Caatinga, a Mata Atlântica e os Pampas. Esses seis biomas tão diferentes oferecem habitats distintos e permitiram o surgimento de novas espécies durante a evolução. No entanto, a Mata Atlântica já perdeu mais de 90% de sua área original, o Cerrado cede espaço para a soja e para a cana-de-açúcar, a Caatinga e o Pantanal sofrem modificações em suas paisagens. Na Amazônia, entre agosto de 2015 e julho de 2016, a maior floresta tropical do mundo perdeu  7.989 quilômetros quadrados (km²), o que equivale à derrubada de 128 campos de futebol por hora, segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

A vida selvagem está em risco e é preciso mais do que um dia para salvá-la. Reservas e projetos de conservação lutam para a preservação de animais ameaçados de extinção, mas o investimento em recursos renováveis e em programas de reciclagem de lixo, o combate ao tráfico de animais e simples mudanças de hábitos (como evitar produtos descartáveis e dar preferência para os retornáveis ou sustentáveis) são fundamentais para salvar essas espécies, que têm direito à vida tanto quanto nós.

Fotos: Fábio Paschoal

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Sandra
Sandra
6 anos atrás

Plenamente de acordo que “animais têm direito à vida tanto quanto nós” e é muito fácil repeitar-lhes os direitos quando nos situamos no lugar deles, nos zoologicos, nas rinhas, nas touradas, nas gaiolas, nas caçadas, nos laboratórios de vivissecção, nos circos, nos aquários e nos matadouros, onde não gostaríamos que nos colocassem à fôrça para sermos explorados e/ou morrer. Animais têm sim, direito à vida, isso é tão óbvio que até mesmo crianças, trazendo esse conceito sagrado em seu DNA, se recusam a comê-los, diante de pais estupefatos, que insistem nesse alimento nocivo e repugnante para ela, que entre lágrimas afastam o prato onde ela vê com os olhos do coração, o animal bonito que era antes de ser morto. Se consideramos com direito à vida apenas os animais em extinção, então somos ESPECISTAS porque não incluímos os que erroneamente julgamos poder exterminar, sob o aval da Lei, nas Casas da Morte onde não gostaríamos de visitar nem permanecer. Não, não podemos matar alguns e salvar outros se considerarmos importantes TODAS as espécies, assim como eram importantes a raça negra tanto quanto a raça branca, sem nenhuma distinção discriminatória, ilógica, irracional e inferior pelo simples motivo de apreciarmos nossa condição humana de criaturas livres, felizes, saudáveis, íntegras e VIVAS.

sueli
sueli
5 anos atrás

concordo .Não a liberação de caça

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