Hector Ângelo é sem dúvida um talento precoce. A mãe, a publicitária Isadora Melo, lembra de que os brinquedos preferidos do filho na infância eram o lápis e o papel. Desde então, o menino não parou mais. Dá vazão à sua criatividade através de desenhos e textos.
O jovem goiano, hoje com 15 anos, já publicou 5 livros. Ganhou neste ano um prêmio de Melhor Projeto Gráfico, no Troféu Literatura 2017, pela obra Depois do Final Feliz, em que, usando a estética dos contos de fadas, retrata as princesas fortes que não precisam de príncipes para serem felizes.
Hector Ângelo com seus primeiros livros publicados
Assim como nas obras da mexicana Frida Khalo e do espanhol Salvador Dalí, por quem se diz apaixonado, as ilustrações de Hector são coloridas, fortes, com muita personalidade. Olhos e bocas grandes, cheios de expressão. O impacto delas é tão grande que chamou a atenção do crítico de arte austríaco Heinz Playner, que as viu nas redes sociais. Curador da mostra Art Fair, na galeria Carrousel du Louvre, em Paris, ele convidou Hector para expor um de seus desenhos lá. O evento faz parte da Semana de Arte da capital francesa, que acontecerá em outubro.
A obra escolhida foi “Eu sou os gays que sofrem homofobia” (na imagem abaixo). Ela faz parte de uma série de desenhos criada pelo artista chamada “Eu sou a dor”. Neles, novamente, aparecem em cores e traços a homofobia, o racismo e o preconceito.
“Estou muito feliz de, como artista goiano e brasileiro, estar representando o Brasil lá fora”, revela Hector, em entrevista ao Conexão Planeta.
Desenho que será exposto em Paris
De onde vem sua inspiração? “Me inspiro muito em desenhos animados e divas da música”. Entre suas cantoras prediletas estão Nicki Minaj, Lady Gaga, Beyoncé e Rihana. “Já desenhos adoro Steven Universe, Hora de Aventura, Incrível Mundo de Gumball e Irmão do Jorel”.
Para Hector, sua arte é um instrumento para defender a diversidade. “Quero mostrar a importância da diferença entre as pessoas”, afirma. Ele conta que, no colégio, também sofreu bullying. “Me achavam diferente. Enquanto todo mundo queria brincar, eu queria desenhar e escrever. Para os outros, eu era estranho”.
Hector não sabe ainda se conseguirá ir para a abertura da exposição em Paris. De qualquer maneira, esta não seria a primeira experiência internacional deste jovem talentoso. No ano passado, o brasileiro já teve seus livros expostos nos Salões do Livro de Lisboa e de Berlim. Em 2016, esteve pessoalmente em Londres para representar o estado de Goiás na Feira do Livro.
“Eu acredito que a arte não está aí só para ser bela. As pessoas estão distantes da arte e retratar as diferenças faz com que elas se aproximem”, acredita.
Confira abaixo outras ilustrações deste jovem, que usa seu talento para alertar sobre problemas tão sérios da nossa sociedade:
Imagens: divulgação/reprodução Facebook