{"id":488209,"date":"2024-09-11T13:30:44","date_gmt":"2024-09-11T16:30:44","guid":{"rendered":"https:\/\/conexaoplaneta.com.br\/?p=488209"},"modified":"2024-09-11T13:57:15","modified_gmt":"2024-09-11T16:57:15","slug":"paises-ricos-usam-penas-desproporcionais-para-silenciar-e-amedrontar-ativistas-pelo-clima","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/conexaoplaneta.com.br\/blog\/paises-ricos-usam-penas-desproporcionais-para-silenciar-e-amedrontar-ativistas-pelo-clima\/","title":{"rendered":"Pa\u00edses ricos usam penas desproporcionais para silenciar e amedrontar ativistas pelo clima"},"content":{"rendered":"
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\"Pa\u00edses<\/a><\/figure><\/div>\n\n\n

Em outubro de 2022, Morgan Trowland e Marcus Decker\u00a0escalaram as cordas de a\u00e7o da Ponte Rainha Elizabeth II, em Londres. Membros da organiza\u00e7\u00e3o Just Stop Oil<\/em>, os ativistas <\/strong>protestavam contra o governo brit\u00e2nico e o investimento em combust\u00edveis f\u00f3sseis.<\/strong> Durante 36 horas eles ficaram no alto da ponte. Todavia, a pol\u00edcia foi obrigada a interromper o tr\u00e1fego no local. Um ano depois, Decker recebeu uma pena de pris\u00e3o<\/strong> de dois anos e sete meses e Trowland de tr\u00eas anos, a mais longa dada at\u00e9 ent\u00e3o para um protesto pac\u00edfico<\/strong>. <\/p>\n\n\n\n

Mas em julho desse ano, uma pena ainda maior foi anunciada para um grupo de cinco manifestantes, tamb\u00e9m da Just Stop Oil<\/em>, que planejava parar o tr\u00e2nsito de uma das mais importantes vias de acesso \u00e0 capital inglesa, a M-25. Acusados de conspira\u00e7\u00e3o, eles passar\u00e3o os pr\u00f3ximos quatro anos na pris\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

Para a Climate Rights International<\/strong><\/a>, governos de pa\u00edses ricos e considerados democr\u00e1ticos, est\u00e3o aplicando senten\u00e7as desproporcionais para amedrontar e silenciar ativistas que protestam contra a crise clim\u00e1tica. <\/strong>No relat\u00f3rio de 70 p\u00e1ginas, On Thin Ice: Disproportionate Responses to Climate Change Protesters in Democratic Countries<\/a>,<\/em>\u00a0publicado na ter\u00e7a-feira (10\/09), a organiza\u00e7\u00e3o denuncia v\u00e1rios casos, ocorridos n\u00e3o apenas no Reino Unido, mas na Alemanha, Holanda, Austr\u00e1lia e Estados Unidos, em que medidas autorit\u00e1rias foram tomadas para intimidar e coibir <\/strong>a participa\u00e7\u00e3o de cidad\u00e3os em protestos. <\/p>\n\n\n\n

Foi o caso do ator e ativista holand\u00eas Sieger Sloot, que encorajou seus seguidores nas redes sociais a se juntarem em um protesto pac\u00edfico, que envolveu o bloqueio de uma estrada. A pol\u00edcia o prendeu antes mesmo da manifesta\u00e7\u00e3o ocorrer e o processou pelo crime de “sedi\u00e7\u00e3o”, ou seja, organizar uma insurrei\u00e7\u00e3o contra as autoridades constitu\u00eddas. <\/p>\n\n\n\n

\u201cVoc\u00ea n\u00e3o precisa concordar com as t\u00e1ticas dos ativistas clim\u00e1ticos para entender a import\u00e2ncia de defender seus direitos de protestar e da liberdade de express\u00e3o<\/strong>\u201d, diz Brad Adams, diretor executivo da Climate Rights International. \u201cEm vez de prender manifestantes clim\u00e1ticos e minar as liberdades civis, os governos devem atender ao chamado deles para tomar medidas urgentes para lidar com a crise clim\u00e1tica.\u201d<\/p>\n\n\n

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\"Pa\u00edses<\/a>
Fotos dos ativistas da Just Stop Oil presos na Inglaterra
Foto: divulga\u00e7\u00e3o<\/em><\/figcaption><\/figure><\/div>\n\n\n

No v\u00eddeo mais abaixo, lan\u00e7ado juntamente com o relat\u00f3rio, o ativista alem\u00e3o Christian Bergemann relata que as autoridades de seu pa\u00eds est\u00e3o invadindo casas de manifestantes<\/strong> alegando que eles fazem parte de organiza\u00e7\u00f5es criminais<\/strong>. O jovem \u00e9 um membro da Letzte Generation<\/em>. “Esse nome significa ‘\u00daltima Gera\u00e7\u00e3o’, pois somos os primeiros a sentir os impactos da crise clim\u00e1tica e os \u00faltimos a poderem fazer algo para combat\u00ea-la.”<\/p>\n\n\n

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\"Pa\u00edses<\/a>
Christian Bergemann durante um protesto, bloqueando uma rua na Alemanha
Foto: divulga\u00e7\u00e3o Letzte Generation<\/em><\/figcaption><\/figure><\/div>\n\n\n

A Climate Rights International ressalta que sob as normas do Direito Internacional, pa\u00edses devem respeitar e proteger os direitos fundamentais \u00e0 liberdade de reuni\u00e3o, express\u00e3o e associa\u00e7\u00e3o. “Em vez de proteger esses direitos, muitas na\u00e7\u00f5es est\u00e3o usando legisla\u00e7\u00f5es antigas ou promulgando novas leis severas para restringir o direito ao protesto pac\u00edfico e impor penalidades desproporcionais”, alerta a ONG. <\/p>\n\n\n\n

\u201cGovernos deveriam ver os manifestantes e ativistas clim\u00e1ticos como aliados na luta contra as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, n\u00e3o criminosos\u201d, afirma Adams. \u201cA repress\u00e3o a protestos pac\u00edficos n\u00e3o \u00e9 apenas uma viola\u00e7\u00e3o de seus direitos b\u00e1sicos, mas tamb\u00e9m pode ser usada por governos repressivos como um sinal verde para perseguir defensores do clima, do meio ambiente e dos direitos humanos em seus pa\u00edses.\u201d<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 uma peti\u00e7\u00e3o internacional que pede a liberta\u00e7\u00e3o dos cinco ativistas da Just Stop Oil. <\/em>Voc\u00ea pode assin\u00e1-la neste link<\/a>.<\/p>\n\n\n\n

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