A competição Small World existe desde 1975 e foi criada pela Nikon para reconhecer esforços de todos que se envolvem com fotografia por meio de um microscópio ótico. Mas foi só em 2011, na 37ª edição anual do Concurso Small World Photomicrography, a empresa lançou a categoria de filmes produzidos dessa forma, a fim de revelar as imagens microscópicas mais dinâmicas do mundo.
Intitulada Small World in Motion, a nova categoria, que reconhece filmes ou fotografias digitais em time-lapse
produzidos com microscópio, se tornou independente. O concurso deste ano – o 15º – recebeu 325 inscrições de 34 países de vários cantos do planeta e, em 24 de setembro, a Nikon divulgou os cinco vencedores, além de menções honrosas.
Neste post, apresento apenas o vídeo que ficou em primeiro lugar, de autoria do engenheiro aposentado que se tornou microscopista, Jay McClellan, de Saranac, Michigan, EUA, pelo impressionante registro que capturou a autopolinização de uma flor silvestre comum, a verônica (Veronica serpyllifolia, veja abaixo).
uma erva-daninha, que nasce facilmente em qualquer lugar
Foto: Anne Tanne / Biodiversity For All
Erva daninha: uma maravilha microscópica
O registro foi feito em time-lapse (empilhamento de imagens) e apresenta uma pequena flor que se abre ao sol da manhã, com seus estames se alongando até que um deles se curva em direção ao pistilo, polvilhando o estigma com pólen e completando a autopolinização. É um exemplo de resiliência da natureza, revelando uma das estratégias ocultas que algumas espécies de plantas usam para se adaptar e sobreviver.
“Esta não é uma planta exótica que você precisaria viajar o mundo para encontrar. É uma erva daninha comum que pode estar crescendo bem debaixo dos seus pés”, revela o vencedor. “Adoro a ideia de que qualquer pessoa possa descobrir uma beleza como esta se olhar de perto”. Assista abaixo:
A verônica floresce de forma rápida e imprevisível, o que significa que, para filmar um processo biológico tão fugaz, McClellan teve que ser perfeito na preparação, no tempo e na técnica.
De acordo com o site do concurso, “para capturar o vídeo, ele antecipou movimentos e programou um sistema de controle de movimento personalizado para manter as estruturas reprodutivas perfeitamente enquadradas”. Mais: “McClellan também empregou técnicas avançadas de empilhamento de imagens para manter a nitidez cristalina em todos os planos focais, um desafio que o levou a desenvolver seu próprio hardware e software para vídeo microscópico”.
O microscopista explica: “Posso capturar muitos terabytes de material bruto em uma única tomada, pois, executar o empilhamento de imagens durante a noite é como esperar pela manhã de Natal — você nunca sabe se terá uma decepção ou se será algo incrível”.
E acrescenta: “A melhor parte para mim não é ganhar um prêmio, mas ter a oportunidade de compartilhar meu trabalho com o mundo e permitir que as pessoas vejam as maravilhas microscópicas de uma nova maneira”.
Outros prêmios para McClellan
Neste concurso, McClellan inscreveu dois trabalhos e, além do primeiro lugar, “faturou” uma menção honrosa por um registro da dissolução e cristalização de cloretos de cobalto, cobre e sódio (assista aqui). Veja abaixo um dos momentos desse processo.
ganhou menção honrosa no concurso deste ano
Desde 2023, ele já inscreveu quatro vídeos na competição, incluindo um filme de gotículas de água que evaporam das escamas das asas de uma borboleta-pavão – lindo! -, com o qual conquistou o segundo lugar no ano passado (veja aqui).
evaporando das escamas das asas de uma borboleta-pavão
Atualmente, McClellan trabalha em um documentário sobre a natureza, com pequenas criaturas, usando uma versão portátil de seu equipamento de vídeo para levar suas técnicas de imagem para o campo.
Para Eric Flem, gerente sênior de comunicações e CRM da Nikon Instruments, “ao celebrarmos o 15º aniversário da competição Small World in Motion, os vencedores deste ano mostram a coreografia extraordinária da vida se desenrolando em uma escala além da vista comum”.
E o executivo completa: “Os vídeos de Jay McClellan e dos outros vencedores refletem o propósito duradouro da competição de inspirar admiração, fomentar descobertas e exibir a arte inerente à exploração científica”.
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Foto: reprodução do vídeo
