Veículos elétricos estão no centro do plano de recuperação da indústria automotiva da França pós-pandemia

carro elétrico na França

Os países europeus começam a anunciar seus planos de recuperação econômica no mesmo momento em que iniciam o processo de relaxamento do distanciamento social imposto para evitar a disseminação da pandemia do novo coronavírus. O continente enfrenta a maior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Mas agora, com a diminuição do número de casos e mortes provocado pela COVID-19, governantes revelam quais serão os setores prioritários. É o caso da França, em relação à indústria automotiva.

Depois de dois meses e meio de lockdown completo, quarentena obrigatória para a população e paralisação da produção industrial, a França, com 183 mil casos confirmados de coronavírus e 28 mil mortes, pretende investir fortemente na fabricação e comercialização de veículos elétricos.

Esta semana o presidente Emmanuel Macron anunciou um plano de € 8 bilhões, cerca de R$ 47 bilhões, para garantir a sobrevivência dessas empresas. A venda de carros caiu 90% no mês de abril na França, em comparação ao mesmo mês de 2019. O setor é responsável por 400 mil empregos no país.

Entre as medidas apresentadas pelo governo estão o aumento do subsídio aos franceses para a compra de veículos elétricos de € 6 mil para 7 mil, aproximadamente R$ 41 mil. O incentivo vale ainda para aqueles que querem trocar o seu velho carro, poluente, por um novo modelo, com baixas emissões de carbono.

Macron sonha que a França se torne líder na produção de veículos limpos na Europa.

Recentemente, a Espanha também divulgou seus planos para enfrentar a recessão pós-coronavírus. O governo espanhol quer uma economia com 100% de energia renovável e o fim a novos projetos com combustíveis fósseis.

“No momento em que temos que enfrentar o processo de recuperação contra a COVID-19, a transição energética se tornará uma força motriz determinante para gerar atividade econômica e emprego a curto prazo”, garantiu Teresa Ribera, ministra da Transição Ecológica.

Outro país europeu que deu passo similar rumo a uma transição energética mais limpa e sustentável foi a Alemanha, que no começo de maio, anunciou que dará prioridade a investimentos em negócios ‘verdes’ na economia pós-coronavírus.

A chanceler Angela Merkel revelou que os programas de estímulo econômico deverão focar em novas tecnologias e energias renováveis. A economia alemã deve encolher 5,4% em 2020, mas um pacote de estímulo de 4 trilhões de reais já foi confirmado.

*Com informações do site Electrek

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Foto: domínio público/pixabay

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.