No começo de junho, uma denúncia levou militares do Corpo de Bombeiros da cidade de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, a uma casa onde foi encontrada uma cobra píton albina. Esta espécie de réptil é observada na Austrália e em países da África e Ásia, ou seja, certamente o animal apreendido em Goiás era fruto do tráfico internacional de animais silvestres.
O píton, que tem mais de 2 metros de comprimento, foi encaminhado primeiramente ao Centro de Triagem de Animais (Cetas) de Goiânia para ser examinado por biólogos e depois levado para o zoológico da capital.
O proprietário da casa onde a cobra estava já recebeu uma multa Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de R$ 3,7 mil e também foi indiciado por maus-tratos e introdução de espécie animal no país sem parecer técnico, o que configura tráfico. Se condenado, o acusado pode pegar até 2 anos de prisão e pagar aproximadamente R$ 400 mil.
Esta semana a Polícia Civil, que está investigando o caso, divulgou no vídeo feito 15 dias antes da apreensão do píton, em que a cobra aparece “participando” de uma festa. Nas imagens ela é vista dentro de uma piscina e sendo carregada no colo por diversas pessoas.
A cobra tem mais de 2 metros
Apesar de não ser peçonhenta, a cobra píton pode matar. Ela é constritora e isso quer dizer que sufoca suas presas enrolando-se nelas e apertando-as até que morram, assim como a jiboia e a sucuri.
Abaixo o vídeo que mostra o píton dentro do carro do Corpo de Bombeiros, logo após sua apreensão:
Combate ao tráfico de animais silvestres
Desde o início da pandemia de Covid-19, no mundo inteiro cresceu ainda mais um movimento de alerta sobre a necessidade de se dar um basta urgente ao tráfico de animais silvestres.
Escrevemos aqui sobre o relatório de uma agência da ONU – “Criminalidade da Vida Selvagem” -, que enfatiza que as doenças zoonóticas representam 75% de todas as infecções emergentes no mundo e que as espécies traficadas para consumo humano escapam a qualquer controle sanitário. De acordo com o estudo, o tráfico aumenta a ameaça de novas pandemias e a expansão para comércio digital impõe risco ainda maior à humanidade.
No Brasil, vimos também no ano passado o caso do traficante de Brasília que foi picado por uma serpente naja, espécie exótica originária da Ásia, e que chegou ao país ilegalmente. O acidente acabou expondo uma rede de venda de cobras que atuava no Distrito Federal e agora está sendo investigada.
O tráfico de animais silvestres é o terceiro maior comércio ilegal do mundo, perdendo apenas para o de armas e de drogas.
Não compre animal ilegal! O tráfico é cruel! Não faça parte dessa rede!
Denuncie qualquer tipo de maus-tratos a animais e comércio ilegal pela Linha Verde do Ibama 0800 61 8080
*Com informações do portal de notícias G1 Goiás
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Fotos: reprodução vídeo Polícia Civil (abertura) e divulgação/CBM GO