Tapetes de onça e diversos animais originários do tráfico são apreendidos pela Polícia Federal em cinco estados

Tapetes de onça e diversos animais originários do tráfico são apreendidos pela Polícia Federal em cinco estados

As imagens divulgadas pelo Polícia Federal do Rio de Janeiro são revoltantes. Dois “tapetes” feitos com onças-pintadas mortas foram apreendidos em um apartamento do bairro do Leblon, na zona sul da cidade. No mesmo local, foram encontrados chifres e crânios de outros animais, além de duas cobras. Uma pessoa foi presa, mas não teve seu nome divulgado.

A ação no Rio fez parte de uma grande operação realizada em outros cincos estados brasileiros contra o tráfico internacional de animais silvestres, muitos deles, ameaçados de extinção, como é o caso das onças-pintadas.

Equipes da Polícia Federal no Amapá, Espírito Santo, São Paulo e no Mato Grosso do Sul cumpriram vários mandados de prisão. Foram descobertas ainda espécies de serpentes, tartarugas, lagartos, aranhas, lacraias e escorpiões em cativeiro.

De acordo com informações divulgadas pela PF, a ação dessa quinta-feira foi um desdobramento da Operação Marraquexe, que aconteceu em maio de 2018. Na época, foi descoberto um homem que vendia répteis de espécies variadas, algumas oriundas da Ásia e Oceania. As investigações revelaram que os bichos eram vendidos pelas redes sociais. Um dos chefes da quadrilha era do Amapá.

Tapetes de onça e diversos animais originários do tráfico são apreendidos pela Polícia Federal em cinco estados

Cobra encontrada no apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro

Combate ao tráfico de animais silvestres

Desde o início da pandemia de COVID-19, no mundo inteiro cresceu ainda mais um movimento de alerta sobre a necessidade de se dar um basta urgente ao tráfico de animais silvestres.

Recentemente escrevemos aqui sobre o relatório de uma agência da ONU – “Criminalidade da Vida Selvagem” -, que enfatiza que as doenças zoonóticas representam 75% de todas as infecções emergentes no mundo e que as espécies traficadas para consumo humano escapam a qualquer controle sanitário. De acordo com o estudo, o tráfico aumenta a ameaça de novas pandemias e a expansão para comércio digital impõe risco ainda maior à humanidade.

No Brasil, vimos também há pouco tempo o caso do estudante de medicina veterinária de Brasília que foi picado por uma serpente naja, espécie exótica originária da Ásia, e que chegou ao país ilegalmente. O acidente acabou expondo uma rede de tráfico de cobras que atuava no Distrito Federal e agora está sendo investigada.

O tráfico de animais silvestres é o terceiro maior comércio ilegal do mundo, perdendo apenas para o de armas e de drogas.

Não compre animal ilegal! O tráfico é cruel! Não faça parte dessa rede!

Denuncie qualquer tipo de maus-tratos a animais e comércio ilegal pela Linha Verde do Ibama 0800 61 8080

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Não esqueçamos a origem do coronavírus: parem o tráfico e consumo de animais silvestres imediatamente!

Fotos: divulgação Polícia Federal

Um comentário em “Tapetes de onça e diversos animais originários do tráfico são apreendidos pela Polícia Federal em cinco estados

  • 31 de julho de 2020 em 1:01 AM
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    De um modo geral, o ser humano merece passar por tudo o q está passando e o q ainda está por vir. Está colhendo o q semeou. E se nada mudar, ainda semeará mais.
    Enquanto nossos maus hábitos não forem combatidos com boa vontade e desejo sincero de se melhorar, ética e moralmente, muitas pandemias e flagelos de variadas ordens virão para nos relembrar da importância, do respeito e da necessidade da natureza (fauna e flora) equilibrada em nossa vida.

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.