Depois do voo histórico de cinco dias e cinco noites – mais exatamente 117 horas e 52 minutos – o primeiro avião solar do mundo, movido sem uma única gota de combustível fóssil, só retornará ao céu no primeiro semestre do ano que vem.
O voo entre Nagoya, no Japão, e Havaí, nos Estados Unidos, era a etapa mais difícil da extraordinária aventura, que começou em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, em março deste ano. Além de ser uma região coberta pelo oceano e por isso mesmo, com poucas possibilidades para pousos de emergência, principalmente para um avião com as dimensões do Solar Impulse, o piloto André Borschberg precisou ter um preparo físico e emocional enorme.
Infelizmente, durante a decolagem no primeiro dia, na saída de Nagoya, as baterias solares sofreram superaquecimento. O problema foi monitorado pela estação de comando, situada em Mônaco, mas não foi possível resfriar as baterias, já que diariamente o avião precisa descer e subir certa altitude para o gerenciamento da energia.
A princípio, a equipe do Solar Impulse acreditava que iria conseguir fazer o reparo das baterias em poucas semanas, mas agora já sabe que isto será impossível. O dano a certas partes delas foi irreversível.
A partir do incidente, os engenheiros da equipe estão tentando encontrar uma nova tecnologia para o arrefecimento do sistema de energia em voos muito longos. Neste período, o avião ficará sob reparos no aeroporto de Kalaeloa. Tanto a Universidade do Havaí como o Departamento de Transportes do estado estão dando apoio ao projeto.
A próxima etapa programada de voo é entre Havaí e a costa oeste americana. De lá, o Solar Impulse voará para Nova York e depois seguirá para a Europa, finalizando a volta ao mundo em Abu Dhabi.
As dimensões do Solar Impulse
Velocidade máxima: 80 km/h
Envergadura das asas: 72 metros (igual a de um Boeing 747-8I)
Peso: 2.300 kg
Altura: 6,40 m
Velocidade de cruzeiro: 70 km/h
Altitude máxima: 8.500 m
Células solares: 17.000
Motores: 4
Foto: divulgação Solar Impulse