Ser livre para escolher ser o que a gente quiser

ser-livre-para-ser-o-que-a-gente-quiser
Até um tempo atrás desconhecíamos, quase por completo, o papel da mulher na história da humanidade. Custava encontrar pintoras, escultoras, musicistas e escritoras reconhecidas por suas obras e, em outras áreas, não era diferente.

Enquanto nos ensinam sobre Rousseau, nada nos é dito sobre  Mary Wollstonecraft e Olympe de Gauges, que compunham a forte influência feminina em um momento marcado pela conquista de direitos humanos essenciais, sob a influência da Revolução Francesa.

No Brasil, a história contada não passa por Luiza Mahin, ex-escrava e articuladora de rebeliões pela liberdade dos negros, por Maria Firmina dos Reis, educadora e escritora abolicionista, por Clara Camarão, índia brasileira que resistiu à ocupação holandesa, nem por Carolina Maria de Jesus, autora de Quarto de Despejo – Diário de Uma Favelada, livro traduzido para mais de treze idiomas.

Na década de 60, quando as universidades já admitiam regularmente estudantes mulheres, um grupo de norte americanas passou a questionar justamente o porquê de o conteúdo ensinado ser essencialmente masculino. Na época, não se encontrava referências à participação das mulheres em quase nenhuma área de estudo, o que encorajou um grupo de alunas a se aprofundar na descoberta dessa história não considerada. Essa aventura questionadora foi um dos fundamentos do movimento feminista nascido nos Estados Unidos, um pouco antes dos anos 70.

Uma vez conquistado o sufrágio feminino, era hora de cobrar mais equidade com relação ao papel da mulher imposto pela sociedade e reforçado pelos meios de comunicação. Não demorou para o movimento se ver imbuído de outras tantas causas sociais, o que encorajou a acolhida de pleitos diversos, tais como aqueles defendidos pelas mulheres negras e a comunidade LGBT.

Os pontos altos dessa trajetória são relatados com entusiasmo e orgulho no documentário She’s Beautiful when She’s Angry – disponível no NetFlix –, que traz o depoimento pessoal de várias ativistas e feministas representantes de diferentes vertentes do movimento.

Um daqueles filmes que enchem o coração de energia e vontade de ir pra rua pedir o que nos é de direito: ser livre para escolher ser o que a gente quiser. Mas sem ficar de fora da história por isso.

Prepare a pipoca e bom filme! Agora, deixo vocês com o trailer do documentário, em inglês:

Foto: Reprodução

Deixe uma resposta

Gabriele Garcia

Sonhadora, feminista e apaixonada por pessoas e histórias. Trabalhou por dez anos como advogada e em 2014 deixou o escritório para empreender o Think Twice Brasil, cujo primeiro projeto – Experiência de Empatia – foi uma viagem de 400 dias por 40 países para se aprofundar no aprendizado e identificação de soluções para desigualdade social e de gênero. De volta ao Brasil, está à frente do Instituto Think Twice Brasil e de projetos ligados à justiça social e de gênero.