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SeaWorld processa Califórnia por proibir reprodução de orcas em cativeiro

SeaWorld processa estado da Califórnia para anular decisão judicial

Na última semana, o parque aquático SeaWorld entrou na justiça contra as autoridades do estado norte-americano da Califórnia. O motivo? Anular uma decisão que só permite que o parque temático de San Diego triplique o tamanho de suas piscinas de orcas se parar de reproduzir esses animais em cativeiro. Das 11 orcas do parque, oito são resultado desse tipo de reprodução.

A ideia do parque, entretanto, era justamente aumentar a população de orcas com os tanques maiores. Para contestar a decisão da justiça, a ação alega que a Comissão Costeira da Califórnia – que supervisiona empreendimentos ao longo da costa do estado – não possui autoridade para restringir a reprodução em cativeiro, uma vez que não tem jurisdição sobre mamíferos marinhos, que estão sob regulamentação da legislação federal.

De acordo com o processo, a Comissão só teria autoridade para aprovar ou rejeitar projetos de construção no parque – como a ampliação de tanques do SeaWorld, obra que custaria US$ 100 milhões e que seria finalizada em 2018, aprovada em outubro do ano passado.

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O parque alega que a proibição da reprodução em cativeiro acabaria com seus famosos espetáculos da “baleia assassina”, como é conhecida a orca. “A condição força o SeaWorld a concordar com a eventual extinção de seu show de orcas, legalizado e regulamentado pelo governo federal, ou a retirar o pedido de autorização e renunciar ao esforço para melhorar o habitat das orcas”, disseram os advogados do SeaWorld.

Apesar de não comentar sobre o processo, a Comissão Costeira da Califórnia reforçou em nota pública que “permanecerá com sua decisão feita em outubro de proteger baleias assassinas”. O biólogo e ex-treinador de orcas do SeaWorld, John Hargrove, afirmou em livro que a reprodução em cativeiro levou à criação de indivíduos híbridos “sem identidade social”.

Entenda a polêmica com o SeaWorld

Por conta do documentário “Blackfish: fúria animal”, lançado em 2013, a receita do SeaWorld da Califórnia caiu. O filme mostra que as orcas são maltratadas pelo parque e vivem situações de estresse, o que pode provocar comportamentos anti-sociais e agressivos nos animais. (Assista ao trailer e saiba mais sobre “Blackfish” neste post do Conexão Planeta)

Quando o problema foi discutido em audiência na Comissão Costeira, o veterinário do SeaWorld, Hendrik Nollens, afirmou que “as acusações do documentário são fantasiosas” e que os animais vivem em ambientes saudáveis no parque.

Apesar desse posicionamento, o parque tem promovido algumas mudanças. Em 2013, o SeaWorld concordou em não aumentar sua população de orcas, exceto em casos ocasionais de nascimentos em cativeiro ou por meio de resgates autorizados por órgãos governamentais. Na ocasião, o SeaWorld também afirmou que seu parque em San Diego não abrigaria mais orcas retiradas da natureza depois de fevereiro de 2014 e que também não utilizaria mais material genético dos animais selvagens a partir desse mesmo mês.

Além disso, em novembro do ano passado, o SeaWorld de San Diego anunciou que, a partir de 2016, reduziria progressivamente a performance de longa duração com orcas e as substituiria por experiências educacionais, que apresentariam os animais em um ambiente mais natural e sem truques teatrais, como os que ainda são realizados.

No entanto, vale destacar que os shows com orcas continuarão sendo apresentados nas unidades do parque em Orlando e em San Antonio, que não foram afetados pela proibição da reprodução em cativeiro.

Foto: Schmid-Reportagen/Domínio Público

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