SeaWorld, em San Diego, substituirá shows com baleias por experiências educacionais

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As denúncias contra parques aquáticos que exibem shows acrobáticos com baleias nos Estados Unidos não é recente. Mas foi o documentário Blackfish: fúria animal, lançado em 2013, que deu força ao movimento contra esse tipo de “entretenimento”.

O vídeo revela o tratamento cruel dado às orcas que, além de serem capturadas de forma covarde, ainda filhotes, são mantidas em minúsculos tanques e passam fome quando não correspondem às orientações de seus treinadores. Tais medidas obviamente resultam em comportamentos anti-sociais e agressivos como ataques contra treinadores e, em alguns casos, sua morte. Tilikum, a orca (macho) mais famosa e agressiva, é protagonista desse documentário – matou sua treinadora e outras pessoas -, e hoje é mantida por sua potência para a reprodução em cativeiro (veja o trailer no final deste post e leia a reportagem 5 quilos de vingança, da revista Superinteressante).

Nesta segunda, 9/11, o SeaWorld, na cidade de San Diego, Califórnia, EUA, anunciou que, a partir do ano que vem, vai reduzir progressivamente as performances de longa duração com baleias – conhecidas como assassinas!! – e substitui-las por experiências educacionais. A ideia é apresentá-las em um ambiente mais natural e sem truques teatrais como os que ainda são realizados.

Na verdade, o movimento nesses parques “de diversões” tem caído gradativamente desde que as denúncias começaram. Nada como o conhecimento e a boa informação para que o público se torne consciente e não queira mais participar dessa prática tão cruel. E muito dessa consciência, nos últimos meses, pode ainda estar ligada à exibição repetida do documentário Blackfish pelo canal CNN, desde novembro do ano passado.

Devemos comemorar a notícia sobre a alteração na programação e na conduta do SeaWorld, mas ela se restringe à unidade de San Diego. Ou seja, não será adotada pelos parques de Orlando e San Antonio, mesmo com a queda de audiência.

Os ativistas continuam firmes em seu propósito de acabar com esse negócio e anunciam que, em breve, deve entrar em vigor uma legislação federal que proibirá a criação de orcas em cativeiro, além de acabar com a captura de orcas selvagens e impedir que o comércio (importação/exportação) dessa espécie continue.

Especialistas e ativistas dizem que as orcas – erroneamente chamadas de baleias assassinas – são seres dóceis, espiritualizados e inteligentes. Portanto, sofrem como nós. Como se comportaria um ser humano vivendo nas mesmas condições em que as baleias desses parques?

A pressão do público – com sua ausência dos parques – é um aliado imprescindível desse movimento.

Veja o trailler de Blackfish, fúria animal, abaixo:

Foto: Schmid-Reportagen/Pixabay

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Mônica Nunes

Jornalista com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo, saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da conferência TEDxSãoPaulo.