Quase um mês após voltar ao Pantanal, Ousado, onça-pintada com patas queimadas pelos incêndios, é flagrado caçando

Quase um mês após voltar ao Pantanal, Ousado, a onça-pintada que teve patas queimadas pelos incêndios, é flagrado caçando

Ousado se tornou tanto o símbolo da tragédia, como da resiliência do Pantanal e da gratidão pelo trabalho de centenas de voluntários. O macho de onça-pintada foi uma das muitas vítimas dos incêndios florestais que devastaram quase 30% do bioma nos últimos meses. Em setembro, ele foi encontrado no Parque Estadual Encontro das Águas, próximo a Porto Jofre, no Mato Grosso, pela equipe de resgate de fauna da organização Ampara Silvestre.

O animal tinha queimaduras de segundo grau nas patas. Com a ajuda de entidades parceiras, ele foi levado para o Instituto de Preservação e Defesa dos Felídeos da Fauna Silvestre do Brasil em Processo de Extinção (Nex), em Corumbá do Goiás. Depois de mais de 20 dias de tratamento, que incluiu sessões de laser e ozônioterapia, Ousado recebeu alta veterinária em outubro, como mostramos nesta outra reportagem.

E há pouco mais de três semanas, finalmente, a onça-pintada foi levada de volta ao Pantanal. Em uma ação coordenada pelo  o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela reintrodução do animal na natureza, junto com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), Ousado foi levado em uma caixa e solto na mata.

Quase um mês após voltar ao Pantanal, Ousado, a onça-pintada que teve patas queimadas pelos incêndios, é flagrado caçando

Logo após o momento da soltura

Ousado recebeu um colar GPS para que sua readaptação pudesse ser monitorada.

Todavia, pelo flagrante feito pelo fotógrafo João Paulo Falcão há dois dias e divulgado em seu perfil no Instagram, a onça parece estar muito bem, saudável e completamente à vontade de volta ao seu habitat.

Segundo Falcão, quando ele fez a foto, Ousado estava caçando uma capivara no Parque Estadual Encontro das Águas.

Certamente é uma imagem linda e que nos traz muita esperança. Ousado está no lugar de onde nunca deveria ter saído, mas graças à dedicação de muitas pessoas e organizações que trabalham arduamente no resgate de animais (e ainda estão trabalhando), a história dessa onça-pintada teve um final de feliz.

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Foto: João Paulo Falcão (abertura) e Cesar Leite/divulgação Ampara Silvestre 

6 comentários em “Quase um mês após voltar ao Pantanal, Ousado, onça-pintada com patas queimadas pelos incêndios, é flagrado caçando

  • 30 de novembro de 2020 em 6:56 AM
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    Com certeza a ganância fala mais alto e como não há interesse do governo em conter as queimadas, busca culpar os outros pela sua incompetência de governar.

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    • 1 de dezembro de 2020 em 8:34 PM
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      Só na sua cabeça. A culpa é dos governos anteriores que deixaram proliferar as ONGs que, extraem o que querem e nada fazem para denunciar grileiros, extratores de madeira e biodiversidade em geral. Mas, não foi por incompetência e sim por conivência.

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      • 2 de dezembro de 2020 em 10:17 PM
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        Antonio Moraes, não culpe as ONGS. Este governo é que é relapso

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  • 2 de dezembro de 2020 em 10:24 PM
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    TEMOS A OBRIGAÇÃO DE FISCALIZAR, MONITORAR E PROTEGER AS NOSSAS ONÇAS DO PANTANAL E DA AMAZÔNIA, ONDE ELAS SÃO MAIS ABUNDANTES…
    NÃO PODEMOS DEIXAR QUE MATEM OS NOSSOS FELINOS SILVESTRES E AS NOSSAS AVES EXÓTICAS DAS MESMAS REGIÕES, E TAMBÉM DE TANTAS OUTRAS REGIÕES BRASILEIRAS…
    PROVIDENCIAS URGENTES DEVEM SER TOMADAS, NO SENTIDO DE SE CRIAR SANTUARIOS ECOLÓGICOS PARA AS ONÇAS DE UM MODO GERAL.
    CASO NÃO TOMEMOS MEDIDAS ENÉRGICAS PARA SALVARMOS OS NOSSOS FELINOS EM QUESTÃO, VAMOS PERDER UMA DE NOSSAS MAIORES RIQUEZAS DO REINO ANIMAL AINDA EXISTENTE NO BRASIL.

    Simples assim…

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  • 2 de dezembro de 2020 em 10:49 PM
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    Fiquei preocupada com a coleira que foi colocada na onça.Ela não corre o risco de ficar pressa em algum galho?

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    • 3 de dezembro de 2020 em 2:45 PM
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      Oi Leila,
      Não é preciso se preocupar. Essas coleiras GPS são muito seguras e usadas em animais do mundo inteiro. Além disso, depois de um tempo ela cai ou é retirada.
      Abraço,
      Suzana

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.