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Projeto de lei quer proibir novos zoológicos e aquários em São Paulo e mudar regras dos já existentes

Projeto de lei quer proibir novos zoológicos e aquários em São Paulo e mudar regras dos já existentes

*Atualizado em 13/02/20

Este é um assunto que sempre gera muita polêmica: a manutenção de animais confinados em espaços artificiais em zoológicos e aquários para a visitação pública.

Há aqueles que afirmam serem esses lugares cruéis. Por que manter bichos longe de seu habitat natural, em áreas diminutas, somente para o prazer dos seres humanos?

Já para os que defendem a existência de zoos e aquários, há três alegações muito pertinentes. A primeira é que muitos dos animais que estão ali foram criados em cativeiro e infelizmente, nunca conseguiriam sobreviver na vida selvagem. Além disso, muitos zoológicos são também centros de estudos científicos e de reprodução para as espécies que ali vivem. Por último, a exposição dos bichos se faz importante para que as pessoas os conheçam melhor e assim, aumente a conscientização sobre a necessidade de protegê-los.

Para aumentar ainda mais a polêmica sobre a questão – bons ou ruins? -, o vereador Reginaldo Tripoli (PV), de São Paulo, apresentou o Projeto de Lei 30/2019, na Câmara Municipal, em que prevê a proibição da abertura de novos zoológicos e aquários na cidade.

E não é só. Naqueles já existentes (há dois na capital paulista), o texto determina que sejam fechados dois dias por semana para que os animais possam descansar e sejam preservados do estresse causado pelo público. Atualmente, eles ficam abertos de segunda a domingo.

“Não queremos o fechamento do zoológico de São Paulo, que apesar  do formato obsoleto de exposição, presta um serviço de apoio ao receber animais resgatados impossibilitados de soltura”, afirma Tripoli. “Queremos uma transição para um novo modelo, com mais tecnologia, instrumentos de educação ambiental mais eficientes e, principalmente, sem sofrimento animal”.

O projeto de lei quer ainda que fique proibida a captura de animais na natureza para exibição nesses lugares.  

“O aquário em São Paulo abriga dois ursos polares, sendo um deles capturado na natureza pelo país de origem. São animais exóticos que vivem em climas completamente diferentes de seu habitat natural”, diz o vereador. “Nenhum aquário ou zoológico será grande o suficiente para animais desse porte”.  

Quando os ursos polares foram trazidos da Rússia para o Brasil, em 2015, o zoológico de São Paulo recebeu muitas críticas. Mas na época, seus administradores afirmaram que “… os ursos polares não foram tirados na natureza… nasceram em cativeiro e viviam em um espaço muito pequeno em outro zoológico”.

Tripoli acredita que é possível substituir os atuais modelos por similares digitais, que teriam o mesmo papel educacional para a população.

“Temos tecnologia disponível para prover uma experiência muito mais enriquecedora e educativa para as nossas crianças, como por meio de realidade virtual e dos recursos digitais”, defende. “Precisamos acelerar a transição dos antigos modelos de zoológicos e aquários para outro mais moderno, que seja um instrumento autêntico de educação ambiental e defesa animal”. 

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*O Projeto de Lei 30/2019 foi aprovado em 2a votação em 12/02/20 na Câmara Municipal de São Paulo. Agora segue para sanção ou veto do prefeito Bruno Covas (PSDB).

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Foto: domínio público/pixabay

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Sandra
Sandra
5 anos atrás

Prisão é para culpados, não para inocentes que foram raptados de seu Habitat por ladrões humanos que não foram punidos por isso, porque a Lei os beneficia e acoberta. Também são culpados os responsáveis que levam filhos, netos e sobrinhos para apreciar animais presos, achando que nasceram para serem exibidos como troféus a coisa nenhuma. Crianças poderiam aprender com a desgraça alheia se fossem ensinadas a não serem cúmplices dela. Poderiam ser educadas a enxugar lágrimas ao invés de as apreciarem quando rolam de olhos sofridos. Crianças deveriam se horrorizar diante de animais escravizados ou de pessoas algemadas, ao invés de participarem de sua dor, comendo pipoca e tomando sorvete, achando muita graça nisso.

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