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Proibida a reprodução das raças Cavalier King Charles e buldogue inglês na Noruega

Proibida a reprodução das raças Cavalier King Charles e buldogue inglês na Noruega

Numa decisão inédita, o governo da Noruega anunciou a proibição da reprodução das raças de cães buldogue inglês e Cavalier King Charles spaniel. Uma corte de Oslo deu ganho de causa a uma ação movida por uma associação de bem-estar animal, a Norwegian Society for Protection of Animals (NSPA). Estudos comprovam que cachorros dessas raças sofrem graves problemas de saúde, como doenças cardíacas, respiratórias e dermatológicas, e não há mais como garantir a sua procriação sem impactar a qualidade de vida dos futuros filhotes devido à diversidade genética limitada.

“Este é um dia de festa para os nossos cães! A Lei de Bem-Estar Animal destina-se a proteger os animais das ações irracionais dos seres humanos e ela se cumpre hoje. Trata-se do direito dos cães de se sentirem bem”, diz Åshild Roaldset, diretor da NSPA. “Por muitas décadas, cães doentes foram procriados ilegalmente. O que está acontecendo aqui é uma traição sistemática e organizada de nossos amigos de quatro patas. Hoje foi finalmente determinado que isso é uma violação da lei .

Durante o julgamento que analisou o caso, foram ouvidos veterinários, geneticistas e outros especialistas. A decisão pela proibição da reprodução do buldogue inglês e do Cavalier King Charles foi unânime.

De acordo com a legislação da Noruega a criação de cães doentes é proibida, mesmo quando o objetivo é melhorar a saúde da raça a longo prazo. “Houve consenso entre as testemunhas especializadas de que os atuais programas de saúde para o bulldog inglês e o cavalier levarão os cães a uma vida de sofrimento substancial por muitos anos. O sofrimento desses cães é causado por uma ideia de pureza da raça e uma demanda humana por cães com aparência específica da raça. O sofrimento desses cães para agradar seu dono é inaceitável”, diz a NSPA.

Um estudo conduzido em 2016 por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, alertou que o bulldog inglês não possuía mais a diversidade genética necessária para continuar como raça. “Na primeira avaliação ampla da diversidade genética da raça usando DNA em vez de pedigrees, confirmamos suposições anteriores e fornecemos um novo vislumbre de quantas grandes regiões do genoma foram alteradas ao longo de mais de cinco séculos de criação focada principalmente em mudar a aparência do cão”, ressaltaram os pesquisadores.

Acredita-se que o buldogue inglês se originou por volta de 1600, a partir de uma pequena base genética. Seus ancestrais seriam cães do tipo mastim, criados na Ásia por sua força e agressividade. A raça passou então por várias mudanças genéticas artificiais ao longo dos últimos séculos. E à medida que os criadores manipulavam a aparência do cão, mais problemas de saúde ela desenvolvia.

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Fotos: Matt ODell on Unsplash (buldogue inglês) e domínio público/pixabay

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