Presença de animais reduz estresse e melhora desempenho no ambiente de trabalho

presença de animais no trabalho

Eles não precisam fazer nada. Mas basta estarem perto da gente, que tudo muda. Um olhar, um abano de rabo, um carinho. O contato com animais faz toda a diferença naqueles momentos em que precisamos desestressar e recuperar as energias.

Cientes desses benefícios, muitas empresas começaram a permitir a presença de animais de estimação, principalmente cachorros, no ambiente de trabalho.

É o caso, por exemplo, da Giugliani Advogados, que decidiu adotar a prática “terapêutica” no escritório em São Caetano (SP). O labrador Theobaldo, de seis anos, agora é uma companhia constante no local.

“Os animais fazem com que os funcionários fiquem mais relaxados, mais comunicativos, dando um entrosamento maior para a equipe”, explica Andrea Giugliani, sócia-diretora da empresa. “Para os clientes dá-se o mesmo efeito relaxante e calmo. Pense que cada um deles que nos procura é para resolver um grande problema judicial, que envolve apreensões, processos burocráticos e muitas outras dores de cabeça. A presença de um animal faz com que eles “baixem a guarda” dessas aflições, ficando mais calmos e mais objetivos em suas questões”.

Theobaldo, descansando ao lado de uma mesa

Como é um cão de porte grande, Theobaldo precisa de exercício durante o dia, então passeia antes do começo do expediente no escritório, na hora do almoço e ao final do dia. “Caso contrário, ele fica estressado”, diz Andrea.

E o estímulo ao exercício não é só benéfico ao animal, mas também, ao seu proprietário. A presença do cachorro no ambiente de trabalho faz com que seu dono seja obrigado a caminhar na hora do almoço e tenha um estilo de vida mais saudável. Estudos sugerem que pessoas que ficam sentadas durante muitas horas seguidas têm mais chances de ficarem obesas e desenvolverem doenças como diabetes e alguns tipos de câncer.

Outra pesquisa, conduzida por cientistas americanos, e publicada no International Journal of Workplace Health Management revelou que o nível de estresse de funcionários que trabalham na companhia de um cão diminui ao longo do dia. Ainda segundo o estudo, a presença do animal melhora a satisfação e o desempenho da equipe.

Outro aspecto positivo é que o cachorro tende a quebrar a barreira da “individualidade” e se torna um ponto de interesse comum entre todos, incentivando a interação e o convívio social. “Os cães humanizam mais o local. É uma forma simplificada de advogar, mais descontraída e menos engessada. Afinal, quem resiste a uma língua de fora?”, brinca a advogada. “A geração atual também não está apenas à procura de um bom salário e benefícios, como plano de saúde, mas busca – acima de tudo – a qualidade de vida inserida dentro do ambiente de trabalho – e os pets têm o “poder” de aumentar o nível de serotonina, responsável pela satisfação”.

Andrea Giugliani já percebe muitos desses resultados, com a ida de Theobaldo para o escritório. “Relaxamento, calma, tranquilidade e maior comunicação entre a equipe e os clientes”.

A equipe do escritório de advocacia e Theobaldo: mais tranquilidade e melhor comunicação 

No mundo todo, está se tornando cada vez mais comum empresas abrirem as portas para os pets de seus colaboradores. Em um artigo da revista Scientific American foi constatado que, só em Nova York, em uma busca feita no site de empregos LinkedIn, é possível encontrar 178 empresas oferecendo “dog friendly jobs”.

Gigantes como Google, Amazon e Mashable são apenas algumas das companhias que, assim como o escritório de advocacia brasileiro, se deram conta de que ao lado de seus inseparáveis companheiros animais, seus colaboradores trabalham bem melhor.

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Fotos: Tookapic/Pexels (abertura) e Theobaldo (arquivo pessoal) 

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.