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Por que fotografar?


Cada fotógrafo tem sua própria história, que conta a origem da sua relação com a fotografia. A minha, é narrada por uma conjunção de fatores, com características diversas.

Na infância, vivida no Paraná, os piqueniques de família na beira do rio em Campo Largo e as pescarias de barco com meu pai na baía Antonina, foram as sementes do interesse pela natureza. Os livros da biblioteca da família – em especial O Assombroso Mundo da Natureza e Animais da Terra – despertaram a primeira curiosidade sobre viagens pelo mundo e sobre a vida das pessoas que produziam aquelas imagens. O esforço dos meus pais para me manterem em uma boa escola, para garantir uma formação integral, foi também o que garantiu o acesso e interesse pelas artes.

Mas a cereja do bolo foi incluída nessa receita no dia em que meu pai, por volta dos meus 15 anos de idade, transferiu para meus cuidados uma câmera fotográfica Fujica, que permanecera intocável por vários anos, em uma das prateleiras do seu armário. Finalmente, o objeto de desejo, que eu namorava secretamente de tempos em tempos, estava liberado para meu uso.

E quando penso nesses motivos que me levaram à fotografia, sempre lembro da frase proferida pelo Ansel Adams, fotógrafo americano e grande responsável pela inspiração inicial que me arrebatou para a documentação fotográfica da natureza: “Não fazemos uma foto apenas com uma câmara; ao ato de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os filmes que vimos, as músicas que ouvimos, as pessoas que amamos”.

Essas elucubrações sobre minhas origens na fotografia têm a finalidade de homenagear meu velho. Hoje, “Seu Rudi” (como sempre foi conhecido) completa um mês do encerramento da sua jornada por esse mundo, e do início da sua longa viagem. A imagem que ilustra este post poderia ser qualquer uma que já fiz ou ainda farei, uma vez que a influência do meu pai está presente em todas as minhas formas de expressão.

Obrigado pela minha vida e pelos meus valores, meu pai. Amo você! Descanse em paz.

E no mais, vai ficar tudo bem…

Ag0ra, os dados da foto:
– Câmera Nikon D700
– Lente Nikon AFS 17-35mm f/2.8D ED @ 35mm
– Filtro ND fator 3.0 (10 stops)
– Tripé + disparador
– Exposição: ISO 100, velocidade 30s, abertura f/11

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Renato Rizzaro
6 anos atrás

Bunito, mano, esta homenagem ao papai e a surpresa de ter o sonho realizado cedinho. Ele tá lá, onde o teu foco infinito alcança. Abração!

marcosamend
6 anos atrás
Reply to  Renato Rizzaro

Adorei a analogia do foco infinito, mermão! Obrigado pelo carinho sempre! Abração

Josianne
Josianne
5 anos atrás

Só hoje, buscando justamente uma foto do papi, que descobri esses seus posts, meu mano amado. E me emocionei pela homenagem ao nosso velho. Não há como esquecê-lo, ele agora faz parte de tudo que vemos e sentimos, de uma forma mais etérea. Suas histórias e fotos são maravilhosas. Sou sua fã. Não conheço outro fotógrafo tão intenso…. <3 Continue nessa busca pela melhor foto, pois acho que ela sempre será aquela que você tira naquele exato momento, onde paixão e técnica se fundem. Te amo!!!

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