Os números são alarmantes. Seis pessoas morrem prematuramente a cada minuto no planeta devido a problemas provocados pela má qualidade do ar. Esta é a conclusão a que chegaram pesquisadores do estudo “The contribution of outdoor air pollution sources to premature mortality on a global scale”, publicado na revista Nature, em setembro.
Segundo o documento, a poluição do ar mata mais de 3 milhões de pessoas por ano. Este número é maior do que as mortes causadas por malária e HIV/Aids juntas.
Para os pesquisadores, um dos principais responsáveis por esta tragédia é o chamado carbono negro. A fumaça tóxica é liberada na queima de madeira e carvão, utilizados como fonte de energia para cozinhar e aquecer alimentos, em países como China e Índia. Pessoas que inalam esta fumaça constantemente acabam sofrendo com diversos tipos de distúrbios de saúde, todavia, os mais frequentes são ataques cardíacos, câncer de pulmão e acidentes vasculares cerebrais.
Já em regiões dos Estados Unidos, Rússia, Europa e leste asiático, as emissões geradas pela agricultura são as que mais contribuem para a poluição do ar, o que chamou muito a atenção no estudo. De acordo com alguns especialistas, fertilizantes e animais domesticados liberam amônia, que misturada a outros tipos de gases atmosféricos produz partículas tóxicas para o ser humano.
Por último, há ainda outro grande setor poluente no planeta: o de transportes. Veículos, ônibus e motocicletas movidos a combustíveis fósseis (diesel e gasolina) contribuem ainda mais para a poluição do ar, principalmente nas grandes cidades.
Para chegar a estes resultados, os pesquisadores analisaram dados médicos combinados com modelos computacionais. A investigação contou com a contribuição de cientistas da Alemanha, Arábia Saudita, Ciprus e Estados Unidos (Harvard University).
A previsão é que se o volume de emissões de gases poluentes seguir o ritmo atual, o números de mortes prematuras irá dobrar até 2050. Atualmente os países onde ocorrem a maior quantidade de fatalidades ligadas à poluição do ar são China, com quase 1,4 milhão de casos ao ano, seguida da Índia (645 mil mortes) e Paquistão (110 mil mortes).
Na semana passada, noticiamos aqui no Conexão Planeta como a diminuição do desmatamento na Floresta Amazônia evitou a morte de 1,7 mil pessoas por ano. Com a redução da derrubada de árvores e a queima da mata, a qualidade do ar na região melhorou e consequentemente, foram registrados menos casos de mortalidade precoce por doenças cardiopulmonares e câncer de pulmão devido à exposição a aerossóis.
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