Até hoje já foram descritas 146 espécies e subespécies de primatas na Amazônia, o que representa 20% da diversidade global desse grupo de animais. No entanto, muitos cientistas acreditam que esse número pode ser maior porque ainda há bastante a ser estudado. Esta semana, por exemplo, pesquisadores brasileiros anunciaram a descoberta de uma nova espécie de sagui no Mato Grosso: o Mico schneideri.
Na verdade, houve uma suspeita de que alguns macacos que faziam parte do acervo do Museu Emílio Goeldi, em Belém, que acreditava-se que pertenciam à espécie Mico emiliae, tinham sido descritos de forma errada. Foram realizadas então análises genéticas e monitoramento de saguis em campo e depois de seis anos, chegou-se à conclusão que realmente havia uma nova espécie: o sagui-de-schneider.
A constatação foi divulgada em artigo científico na Scientific Reports, que tem como autor principal Rodrigo Costa Araújo, ao lado de pesquisadores de diversas instituições do Brasil e do exterior.
O sagui-de-schneider, de pelagem prateada nas costas, com tons de laranja e chumbo, pode ser encontrado em regiões de floresta próximas aos rios Juruena e Teles Pires, em municípios como Alta Floresta e Paranaíta.
Uma fêmea, da nova espécie, carregando seu filhote
O nome científico escolhido para batizar a espécie recém-descrita é uma homenagem a Horacio Schneider, biólogo e geneticista paulista, falecido em 2018, que foi um pioneiro na pesquisa sobre diversidade e evolução de primatas.
Ainda não se sabe sobre o status de conservação do Mico schneideri, ou seja, quais são os números de indivíduos existentes, todavia, ele habita áreas do chamado “arco de desmatamento”, onde os índices de destruição da floresta são altíssimos e a expansão agropecuária avança sobre a Amazônia.
O mapa mostra, na esquerda, a área de ocorrência do mico-de-schneider
Esta já é a terceira espécie nova descrita que até então, acreditava-se ser de Mico emiliae. Araújo explica que como esta última foi identificada em 1920, a partir de um número limitado de indivíduos e baseando quase que somente na cor da plumagem, houve imprecisão nos estudos.
“O arco de desmatamento amazônico concentra quase um terço de todo o desmatamento global. Também abriga 52 espécies de primatas – mais de um terço dos primatas amazônicos – das quais 42% estão ameaçadas de extinção de acordo com a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Portanto, os esforços de pesquisa e conservação dos primatas do arco do desmatamento devem ser prioridade”, alertam o time de pesquisadores em seu artigo.
Os saguis do gênero mico estão entre o grupo mais diverso de macacos encontrados no arco do desmatamento da Amazônia.
Ilustração acima identifica as diferentes espécies de mico e as cores de suas pelagens
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Fotos: divulgação Diego Silva









Tenha cuidado, irmãozinho, os perigos são grandes por lá. Mesmo os “macacos velhos que não metem a mão em cumbuca” não estão a salvo dos predadores insaciáveis humanos que adoram derrubar árvores e envenenar os rios já que estão nem aí para a riqueza verde que realmemte importa. Não sei o que essa “turma da sombra” seria capaz de fazer com você se cruzasse o caminho deles. Nem é bom pensar.
Eu tenho imagens de uma família da mesma espécie, eu estava em Santarém-PA. Eles apareceram na área de obra da Cosampa, não foi a primeira vez que vi na região, pois vi também na cidade de Uruará-PA. Haviam pelo menos uns seis e um filhote, estavam bebendo seiva de murucizeiro.