Paris estuda oferecer transporte público gratuito para combater poluição

Paris estuda oferecer transporte público gratuito para combater poluição
Anne Hidalgo, a prefeita da capital da França, quer tornar o transporte público da cidade gratuito para melhorar a qualidade do ar para os parisienses.

A política do partido socialista anunciou que sua administração estuda a viabilidade da iniciativa. A ideia é discutir a possibilidade até as novas eleições, em 2020.

“Para melhorar o transporte público não devemos investir somente na extensão de suas linhas, em sua regularidade e conforto, mas também, repensar o sistema de tarifas”, afirmou Hidalgo, em comunicado à imprensa.

Segundo a prefeita, ela estaria seguindo um movimento de outras grandes cidades no mundo, que querem tornar suas ruas livres de carros para diminuir a poluição do ar, que ano a ano, compromete a saúde e tira a vida de milhares de pessoas globalmente. Hidalgo não esclareceu ainda, entretanto, se a tarifa gratuita valeria somente para os moradores da capital ou também, para aqueles que vivem na região metropolitana de Paris.

Recentemente noticiamos aqui, como cinco cidades da Alemanha – Bonn, Essen, Reutlingen, Mannheim e Herrenber -, vão participar de um projeto piloto, até o final do ano, oferecendo transporte público gratuito para a polução justamente para tentar melhorar a qualidade do ar.

Bruxelas, na Bélgica, também anunciou no final de fevereiro, que nos dias em que a poluição estiver com níveis muito altos, as passagens de ônibus, metrôs, bondes e trens não serão cobradas.

Além da Alemanha, outros oito países europeus receberam uma bandeira vermelha da UE, entre eles, Espanha, Itália e França. Eles não apresentaram ainda um plano estratégico, que deveria ter sido entregue até 30 de janeiro, para reduzir o nível de gases poluentes.

Estudos revelaram que em 130 cidades da Europa o índice de poluição está acima do que é aceitável para a saúde humana. Estima-se que 400 mil pessoas morram por ano devido a problemas relacionados com a péssima qualidade do ar.

Os países que não cumprirem as metas estabelecidas pela UE estão sujeitos a sofrer ações legais na justiça e pagar multas.

Em Paris, entretanto, Anne Hidalgo enfrenta uma dura oposição contra sua ideia de tornar o sistema público de transporte gratuito para a população. Uma de suas principais críticas é Valerie Pecresse, subprefeita da região francesa de Ile-de-France e presidente da Autoridade de Transporte IDFM. Para ela, se os passageiros não pagarem pela tarifa, este valor terá que ser arcado em forma de impostos pela população.

De acordo com Pecresse, atualmente a arrecadação com a venda das passagens chega a 3.7 bilhões de dólares, dinheiro esse investido na manutenção e na melhoria do sistema.

Paris já é uma das cidades onde a grande maioria das pessoas opta pelo uso do transporte público em detrimento do carro. Um levantamento realizado em 2015 apontou que 60% de seus moradores utiliza diariamente metrôs, trens e ônibus.

Em 2016, durante a Conferência C40 Cities, Paris divulgou outra medida para melhorar a qualidade de ar da cidade: a partir de 2020, ficará proibida a circulação de veículos movido a diesel nas áreas. O diesel é um dos combustíveis fósseis mais poluentes que existe. Sua queima libera gases tóxicos, que além de piorarem o aquecimento global, fazem muito mal à saúde humana.

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Foto: domínio público/pixabay

Um comentário em “Paris estuda oferecer transporte público gratuito para combater poluição

  • 24 de abril de 2018 em 10:41 AM
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    Falta verde nas selvas de pedra do mundo, engenheiros e arquitetos esqueceram que nós respiramos quando priorizaram o concreto nas construções, sem alterná-lo adequada e suficientemente com áreas verdes urbanas, imprescindíveis para a vida, para o escoamento das águas da chuva e despoluição natural ambiental. Fica difícil agora, que as grandes cidades já estão prontas, demolir para plantar mas não é tarde para se construir novos bairros,optando pela saúde e o bem estar das pessoas na hora de escolher entre elas e o Progresso, não importando o quanto reclamem, esperneiem e esbravejem os fanáticos pelo cimento, ferro, PVC e vidro, inimigos da clorofila, dos passarinhos e das flores.

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.