O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, participou hoje da Conferência das Nações Unidas para o Clima, a COP26, em Glasgow, na Escócia. O evento que segue na segunda e final semana tem gerado muita frustração entre aqueles que esperavam resultados mais ambiciosos e ações mais urgentes para combater a crise climática. Os governos da Rússia, China e Brasil desprezaram as negociações e jovens ativistas e organizações ambientais tiveram acesso limitado à grande maioria das discussões. No último final de semana, mais de 100 mil pessoas tomaram as ruas da cidade escocesa, sob chuva, vento forte e muito frio, para pedir por justiça climática.
Obama foi um dos principais responsáveis pela costura do Acordo de Paris, compromisso assumido por 196 países membros das Nações Unidas, em dezembro de 2015, na capital francesa, para a redução das emissões de gases de efeito estufa, e desta maneira, tentar limitar o aumento da temperatura da superfície da Terra em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais.
O ex-presidente mostrou sua frustração com o que não feito nos últimos seis anos. Segundo ele, governos não estão fazendo o suficiente para lidar com as mudanças climáticas. “Precisamos fazer mais. Uma coisa deve transcender a política e a geopolítica do dia a dia e isso são as mudanças climáticas. O mundo precisa dar um passo adiante e agora“, ressaltou. “O tempo está se esgotando. Não estamos nem perto de onde deveríamos estar. A maioria dos países fracassou em atingir as metas”.
Durante seu discurso, com mais de uma hora de duração, Obama criticou a ausência dos presidentes da China e da Rússia na COP26 e classificou como “lamentável” o comportamento das duas nações. Também cobrou maior participação dos países emergentes no evento, como o Brasil, que segundo ele, deveriam liderar as discussões sobre o meio ambiente (vale lembrar que o presidente Jair Bolsonaro não se dignou a comparecer na COP26 – leia mais aqui).
Pai de Sasha, 19 anos, e Malia, 22, Obama destacou a importância do papel dos jovens ativistas.
“A energia mais importante nesse movimento vem dos jovens. A razão é simples: eles têm mais interesse nessa luta do que qualquer outra pessoa. É por isso que quero passar o resto do meu tempo conversando com os jovens. Se essas pessoas mais velhas não ouvirem, elas precisam sair do caminho”, afirmou. “Para todos os jovens lá fora, assim como para aqueles que se consideram jovens de coração, quero que continuem com raiva. Eu quero que você fique frustrado. Mas desafie essa raiva e controle essa frustração. Continue se esforçando cada vez mais por mais e mais – porque é isso que é necessário para enfrentar este desafio”.
Ao finalizar seu discurso, o ex-presidente americano enfatizou que cooperação internacional é fundamental. Que o caminho não será fácil. Comparou-o a uma maratona. “Nosso planeta foi ferido por nossas ações, essas feridas não serão curadas hoje ou amanhã, mas acredito que podemos garantir um futuro melhor. Nós temos que“.
Confira abaixo o discurso de Barack Obama, na íntegra, em inglês. Antes dele, quem aparece é Sheila Babauta, representante das Ilhas Mariana, no Oceano Pacífico, uma das regiões do mundo mais afetadas pelo aumento do nível do mar, provocado pelo aquecimento global:
*Texto atualizado em 11/11/21 para corrigir a informação de que o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, não teria comparecido à COP26
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Foto: reprodução Facebook UN Climate Change
Verdade, Sr. Obama. Não apenas não estão fazendo o suficiente para lidar com as mudanças climáticas, como alguns estão agravando os problemas, sem soluciona-los, por conta de sua explícita negligência, indiferença, incompetência, imaturidade, mentiras e promessas não cumpridas, que os posicionam no cenário mundial, lamentavelmente, na condição dos criminosos que são.