Para proteger a Amazônia, precisamos apoiar os povos da floresta


Quando falamos em proteger a Amazônia, devemos nos lembrar que lá estão seus povos originários. Que eles chegaram primeiro. Que têm muito a nos ensinar e que pedem proteção e apoio. Por povos da floresta me refiro a todos os indígenas, quilombolas e ribeirinhos que vivem floresta adentro. Onde eles estão – caso suas casas estejam dentro de áreas de unidades de conservação devidamente demarcadas e oficializadas – há floresta.

Os povos das florestas precisam de nós e nós deles. Essas pessoas estão no front: da floresta, da guerra, do abismo, da beleza, da proteção. A complexidade realmente é enorme e se transforma em tristes estatísticas quando vemos os inúmeros casos de indígenas e ribeirinhos sendo mortos e ameaçados por quem se acha dono de tudo. Por pessoas sem nenhum escrúpulo que acreditam na lei da pistola para ameaçar, afrontar e matar aqueles que honestamente vivem da terra – e a protegem, amam, respeitam.

Além da vulnerabilidade de tantos fronts, os povos da Amazônia – e de todos os outros cantos do Brasil, já que isso não chega apenas na “distante” floresta – ainda sofrem de um tremendo preconceito incutido na sociedade que se acha superior, melhor, mais sabida e capaz por ter nascido provavelmente branca, em uma cidade, ter um carro, faculdade e todos os outros itens que nos encaixam como membros de um pequeno mundo privilegiado.

O preconceito, digo, é burro. Muito burro. Porque ele priva o preconceituoso do conhecimento, do afeto, da magia do encontro, do abraço em irmandade, da sabedoria e da troca que só é possível entre pessoas e mundos que sinceramente se respeitam em suas igualdades e diferenças.

Dito isso, como você poderia apoiar os povos da Amazônia e de todas as outras “Amazônias” do Brasil para que tenham o direito de serem quem são, para que tenham direito de viverem com tranquilidade sobre as terras sagradas onde já pisaram, nasceram e morreram os seus ancestrais?

País que não respeita seus povos originários caminha para trás.

E, pelo que estou entendendo, muitos de nós querem é caminhar para frente.

Te convido: vamos fazer isso?

A conexão com a Terra passa, necessariamente, pela conexão com os povos originários da Terra.

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Foto: Renato Soares (menino da etnia Matsé, que vive no Vale do Javari)

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Karina Miotto

Conectada com a força da floresta – guiada, protegida e inspirada por ela. Jornalista ambiental, educadora e fundadora do Reconexão Amazônia. Há mais de uma década tem se dedicado a proteger a Amazônia, onde morou por cinco anos. Mestre em Ciências Holísticas pela Schumacher College, Inglaterra, é formada em Educação para a Sustentabilidade pelo Gaia Education e Vivências com a Natureza pelo Instituto Romã.