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Óleo contamina recifes da Costa dos Corais, em Alagoas, uma das maiores barreiras do mundo

Óleo contamina recifes da Costa dos Corais, em Alagoas, uma das maiores barreiras do mundo

*Atualizado em 05/11/19

Mais uma reserva de preservação ambiental foi afetada pela contaminação do óleo que já impactou milhares de quilômetros da costa nordestina. Desta vez, foi a Costa dos Corais, uma área de proteção ambiental (APA) e a maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil, com mais de 400 mil hectares e cerca de 120 km de praia e mangues.

Em sua página no Facebook, a equipe do Projeto Conservação Recifal, informou que durante um mergulho encontrou vestígios do petróleo nos recifes de corais de Japaratinga, em Alagoas.

Aquela postagem que a gente não gostaria de estar fazendo. Hoje em expedição para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) avistamos óleo nos recifes. O recife está coberto por manchas de óleo e, como é um ambiente complexo, encontramos quantidades não mensuráveis de óleo dentro das “locas” formadas no recife, como podem ver nas imagens. Temos claro um efeito direto nos corais e algas, mas precisa ser analisado o impacto disso em outros organismos que formam o ecossistema recifal. O cenário é de tristeza e revolta, não é possível que isso tenha chegado a uma proporção gigante como essa e a negligência governamental insista“, destacaram os pesquisadores.

Pesquisadores tentando fazer a limpeza do óleo

Os biólogos do Projeto Conservação Recifal foram alertados sobre a presença da substância no local por uma moradora da região. “Vim pegar polvo, aí vi todo esse óleo e voltei para casa chorando”, disse a pescadora.

O petróleo impregnado nos corais

Além dos recifes, a Costa dos Corais é habitat de algumas espécies ameaçadas de extinção, como a tartaruga verde, a tartaruga de pente, o peixe-boi marinho e o coral de fogo.

Apesar de representarem cerca de apenas 1% do ambiente marítimo, as barreiras de corais são importantíssimas para seus ecossistemas. É no entorno delas que, pelo menos 25% de toda a vida marinha se organiza, alimentando-se dos próprios corais, que também cumprem a função de “berçários”.

“Até quando vamos ver esse desastre socioambiental?”, lamentaram os pesquisadores de Alagoas.

Números divulgados em 04/11, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), revelam a dimensão do impacto da tragédia: já são 342 localidades (praias) atingidas, em 114 municípios, dos nove estados do litoral nordestino.

A degradação do petróleo é lenta e seus componentes tóxicos
podem ficar presentes por anos e anos

*Texto alterado para atualizar o número de praias e municípios afetados pelo óleo

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Fotos: divulgação Projeto Conservação Recifal

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