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Observe as crianças ao ar livre e deixe de dizer ‘não!’ Pra elas e pra você

Neste post, vamos retomar o tema da observação da criança brincando (na e) com a natureza, ou ao ar livre. Consideramos essencial refletir sobre esse tema de diversos ângulos. Não é a toa que ele já esteve por aqui algumas vezes. Eis alguns posts:
– Observar, com intenção e atenção, nos transforma;
– Natureza viva traz riqueza de experiências, percepções e criatividade;
– O vinculo com o espaço melhora nosso olhar. Na natureza então….

Então, quando temos a oportunidade de poder viver esse momento de observação atenta e presente, por que não fazê-lo?

Quando as crianças estão brincando do lado de fora, com a natureza, seja num parque, numa praça, num quintal, é comum que adultos estejam por perto. Se observarmos bem esses encontros, veremos que os adultos geralmente estão usando seus celulares, resolvendo coisas em outros locais remotamente. Quando isso não acontece e eles estão, realmente, atentos às crianças, não é difícil os vermos no papel de “inibidores de possibilidades”. Ou seja, censurando sua liberdade de movimentos. Nesta última circunstância, o adulto se põe a usar a palavra NÃO com bastante frequência, enquanto a criança brinca: Não suba!, não pule!, não desça assim!, não desequilibre!… e por aí vai.

A questão é que o adulto não percebe que, enquanto a criança está envolvida em seu brincar livre, ela utiliza todos os seus sentidos. Quando isso acontece, percebemos um estado de presença completo. Se você é adulto e está acompanhando uma criança que brinca ao ar livre, sugerimos que a observe enquanto a brincadeira acontece.

Observe-a de forma presente e inteira. Perceba os detalhes dos movimentos, da interação. Como essa criança corre? Como ela sobe em algum lugar? Como ela ajusta seu corpo em situações de desequilíbrio? Lembre-se de que ela é única! Se é bebê, como ele observa o mundo? Que movimentos faz? Observe, com detalhe, a riqueza de expressões faciais do seu bebê. Quando ele está do lado de fora, está completamente perceptivo ao ambiente ao seu redor. Como você percebe seus gestos? Consegue identificar os diálogos que ele está travando com o ambiente?

Nessa observação, conseguimos também saber mais sobre os interesses das crianças. O que escolhe para brincar? Como faz suas pesquisas sobre o mundo? Sobre o que debruça sua atenção por mais tempo? Como expressa sua própria natureza, seu temperamento, nessas explorações?

Vivemos numa sociedade que impõe um milhão de “tem que” para as crianças. Tem que ficar quieta, tem que ser atenta, tem que ser focada, tem que brincar com outras crianças, tem que saber o nome de todas as cores…

Em meio a tantos “tem que”, damos muita importância a tudo que a criança não faz em detrimento dos numerosos movimentos que ela faz. O que ela não faz não define aquela criança. Por isso, observá-las com olhar atento, presente e com empatia nos permite conhecê-las de fato, saber quem são hoje, únicas, sem comparações, a não ser com seu próprio desenvolvimento.

Esta experiência de se tornar cada vez mais perceptivo à criança é extremamente rica para o adulto. Quanto mais você amplia sua capacidade de perceber os pequenos, mais conhece e aprende a respeitar sua natureza, ao mesmo tempo em que conhece melhor a si mesmo.

Foto: Renata Stort

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