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Obama defende compromisso legal em novo acordo climático global

Obama defende compromisso legal em novo acordo climático global

No segundo dia da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou em seu discurso que espera que um novo acordo climático global seja “legalmente vinculante” (da expressão em inglês, legally binding). Na prática, isso quer dizer que o que for definido entre os cerca de 200 países participantes do encontro tenha peso legal.

Entretanto, especialistas explicam que as metas de redução de emissão de carbono (principal gás responsável pelo aquecimento global), apresentadas pelos países, continuarão sendo voluntárias. Antes da COP21, todos os países tiveram que apresentar o quanto planejavam diminuir na emissão de gases de efeito estufa. São as chamadas Contribuições Voluntárias Nacionais (INDCs, na sigla em inglês).

Acredita-se que os Estados Unidos se comprometeriam somente com a obrigatoriedade na revisão dos mecanismos das metas, já que dificilmente Obama conseguiria a aprovação do Congresso americano para um acordo climático totalmente compulsório. Apesar de ter se tornado um dos líderes mundiais na questão das mudanças climáticas, o presidente tem contra ele os radicais do partido republicado (céticos do clima e maioria no Congresso), que não compartilham de sua visão. Além disso, Obama já está em seu segundo mandato.

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“Conseguir que 200 países entrem um consenso será difícil, mas estou convencido de que teremos grandes avanços aqui”, disse Barack Obama, numa coletiva de imprensa, após seu discurso.

De acordo com os cientistas do clima, as revisões periódicas das contribuições voluntárias são fundamentais para que consiga-se manter a elevação da temperatura global em 2ºC até o final deste século.

Atualmente os Estados Unidos são o segundo maior poluidor do planeta, atrás somente da China. Representantes de outros governos, inclusive do brasileiro, viram com otimismo a declaração de Obama. “Isso é uma sinalização clara do presidente Obama de ter um acordo em Paris. Indica um caminho que é distinto do que estava aqui quando chegamos, de que os Estados Unidos eram contrários a qualquer instrumento que fosse legalmente vinculante'”, disse Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente,  em entrevista à Folha de S Paulo. “Não há como ter um acordo em Paris, um acordo robusto do clima, se os Estados Unidos não estiverem a bordo”.

Países ricos geram mais de 50% das emissões de CO2

Estudo divulgado hoje (02/12) pela organização não-governamental Oxfam International revelou que 10% dos países mais ricos do mundo são responsáveis pela emissão de mais da metade de dióxido de carbono (CO2) do planeta.

Já as nações mais pobres, onde vivem 3,5 bilhões de pessoas, emitem somente 10% dos poluentes globais. E são justamente elas que serão – e já são – as mais atingidas pelos efeitos das mudanças climáticas. Estas populações vulneráveis sofrem com os chamados eventos extremos, desastres naturais intensos como secas prolongadas e enchentes.

Segundo Tim Gore, um dos responsáveis pelo relatório Extrem Carbon Inequality, alterações climáticas e desigualdade econômica estão intimamente ligadas e, juntas, representam um dos maiores desafios do século 21. “Paris deve ser o início de construção de uma economia mais humana para todos – não apenas para os que têm, os emissores mais ricos e mais altos. Mas também para os que não têm, as pessoas mais pobres, os menos responsáveis e mais vulneráveis às mudanças climáticas.”

Leia também:
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Foto: ConexiónCOP Agencia de noticias/Creative Commons/Flickr

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