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O Monumento Natural das Ilhas Cagarras, no RJ, é reconhecido internacionalmente como santuário da biodiversidade

O Monumento Natural das Ilhas Cagarras é a primeira Unidade de Conservação Marinha de Proteção Integral da cidade do Rio de Janeiro. Apesar de estar localizado a apenas 5 km da praia de Ipanema, ou seja, tão próximo do centro urbano, o local é um importante corredor migratório de baleias e habitat de centenas de espécies marinhas raras, endêmicas e também, em risco em extinção. Já foram registradas ali mais de 600 espécies de animais e plantas. E se não bastasse tudo isso, ainda abriga um sítio arqueológico tupiguarani.

Por causa de toda sua importância ambiental e cultural, as Ilhas Cagarras e as águas em seu entorno acabam de receber o título internacional de “Hope Spot” – “Pontos de Esperança”, como é chamado em português -, que reconhece sua diversidade, importância e também risco em que se encontram e que, por isso, merecem atenção do poder público e da sociedade para que se mantenham conservados.

O título foi concedido pela Mission Blue, aliança internacional para conservação marinha, liderada pela renomada oceanógrafa Sylvia Earle.

Agora, o Monumento Natural das Ilhas Cagarras aparece numa lista de outros 130 lugares do mundo, entre eles, as Ilhas de Galápagos, no Equador, e a Grande Barreira de Coral, na Austrália. O Arquipélago de Abrolhos é o único outro ecossistema brasileiro que está entre os “Pontos de Esperança” da Mission Blue.

O Monumento Natural das Ilhas Cagarras, no RJ, é reconhecido internacionalmente como santuário da biodiversidade

Espécie de bromélia observada no arquipélago

O Projeto Ilhas do Rio foi o responsável por apresentar a candidatura das Ilhas Cagarras junto à comissão científica da organização.

“Me debrucei sobre as informações e resultados de pesquisa do Projeto Ilhas do Rio e percebi que a Unidade de Conservação e suas águas no entorno atendiam a praticamente todos os critérios da Mission Blue para nomeação de um Hope Spot”, conta a bióloga Aline Aguiar, responsável técnica do Projeto Ilhas do Rio/Instituto Mar Adentro. “É um local muito especial, pois mesmo tão próximo de uma grande metrópole ainda funciona como refúgio da biodiversidade. Suas águas protegidas ajudam na recuperação de populações de peixes, crustáceos e moluscos, muitos de importância comercial”, ressalta.

O Monumento Natural das Ilhas Cagarras, no RJ, é reconhecido internacionalmente como santuário da biodiversidade

O caranguejo-de-coral

As águas no entorno das Ilhas Cagarras que também foram incorporadas à região delimitada como Hope Spot incluem desde as praias da Zona Sul carioca, como Leblon e Copacabana, até a entrada da Baía de Guanabara, a Ilha de Cotunduba e a Praia Vermelha.

O selo internacional é um aliado não somente para chamar ainda mais a atenção sobre a necessidade de proteção a esta área tão rica, mas também, como promovê-la através do ecoturismo.

Preservação e novas descobertas

Há uma década pesquisadores da Projeto Ilhas do Rio monitoram a região e fazem um trabalho importantíssimo para a conservação de espécies e seus habitats. Ao longo desses anos, realizaram descobertas curiosas, como uma espécie de perereca que só existe ali; e uma espécie de árvore, a Gymnanthes nervosa, que não era encontrada no município do Rio de Janeiro desde 1940.

Também foram catalogadas esponjas do mar com propriedades medicinais, como a Petromica citrina (ou esponja-dourada), e outras ameaçadas, como a esponja-carioca Latrunculia janeirensis.

O Monumento Natural das Ilhas Cagarras, no RJ, é reconhecido internacionalmente como santuário da biodiversidade

Macaquinho-cabeça-preta

Entre os cetáceos observados nas Ilhas Cagarras estão golfinho-flíper, golfinho-de-dentes-rugosos, orca, baleia-de-bryde, baleia-jubarte e baleia-franca-austral.

Muitas espécies são endêmicas da região, ou seja, só existem ali e em nenhum outro lugar do mundo

Outra ação de destaque feita pelo time do projeto é em relação à vegetação da Ilha Comprida. Ela foi tomada pelo capim-colonião, uma espécie invasora africana, que acaba com a flora local nativa. Aos poucos, o capim tem sido retirado e nos últimos sete anos foram plantadas 350 mudas de quatro espécies nativas, entre elas, a aroeira (Schinus terebinthifolius), que cresceu bem no local. Já podem ser vistas várias árvores dela, com mais de 3 metros de altura e frutos.

O Monumento Natural das Ilhas Cagarras, no RJ, é reconhecido internacionalmente como santuário da biodiversidade

O título de “Hope Spot” pode impulsionar o ecoturismo na região

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Fotos: @Athila Bertoncini (aérea destaque no mosaico/caranguejo-de-coral, coral cor de rosa, peixes) e Fernando Moraes (bromélia)

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Ana Navarro Silva
Ana Navarro Silva
2 anos atrás

Eu aconselho , com respeito a prudencia , a decencia e as Leis da Natureza parq que quando queira proteger um lugar virgem e único por suas vidas naturais e nativas , que jamais misturem com o comercio de qualquer coisa. É um rotundo fracaso e. uma traição da mais alta ignorancia. Os necessitados de comercio tem que se mudar para o Sahara ali , a dia de hoje pode haver muito ecoturismo que já nao tem mais nada para estragar. na superficie . Porque tudo já foi degradado e coberto de areia como uma santa soluçao para esses repugnantes comerciantes. Porque já destruiram tudo
Será que é tao difícil de encontar pessoas que saibam viver de. seus oficios, resguardando a vida saudável e respeitando os lugares e. sem espantar com todo. asombro e desasossego as especies que vivem ali nesse habitat.
Essa pessoa tao necessitada de comerciar porque é um sintoma compulsivo como todo degenerado tem, e que nao sabe criar riquezas , com a tranquilidade. e o bem estar de um oficio digno de criar uma vida mais limpa e mais nobre com todo o respeito e a dignidade que tem que ter , mas só pensa em vender o que seja. Tem que ser afastado de. publicar ideias ruins, devastadoras . Por quê? Porque a inutilidade de um ser que só pensa no comercio é inferior a zero , muito bastante.
Os humanos são seres que na maioria (99%) das vezes nao pensam, nao tem nenhuma educaçao e nunca foram bem orientados , isto é, de forma lúcida , compreendendo, e com o interesse voltado a cuidar da vida das espécie com inteligencia para nao maltratar e deformar os lugares, nem a diversidade virgem e limpa das especies, mas sim, sempre a ponto de destruir totalmente, por sua voraz incapacidade de entender nada, e andam cegos, sao brutos, sujos e não sabem atender, a delicadeza da vida, por isso, esse cuidado no caminho da vida digna. Devido a esse problema sao muito pouco ou nada , melhor dizendo , preparados honradamente com a devida educação. Nao é uma boa ideia, misturar preservaçao do ambiente e de tudo, com o comercio. É uma contradição doentia, perversa e cruel para as espécies se seu habitat for invadido por milhares de pessoas errantes. Nao pode ser. É um grave erro . Está terminantemente proibido pela Lei.

Comunicação - Projeto Ilhas do Rio

Olá Ana Navarro,

O Projeto Ilhas do Rio acredita que o turismo sustentável ou ecoturismo, quando feito de maneira consciente e ordenada, é também uma oportunidade de conservação ambiental.

Entendemos que é preciso conhecer para poder preservar.

As Ilhas Cagarras são uma Unidade de Conservação sob a categoria de Monumento Natural onde é permitida a visitação das pessoas. Um dos seus objetivos é justamente a contemplação e preservação da beleza cênica junto com sua biodiversidade.

O órgão gestor, ICMBio, publicou em 2020 o plano de manejo do Monumento Natural das Ilhas Cagarras onde constam todas as normas atuais de visitação, bem como delimita as áreas de acordo com as atividades permitidas.

Entendemos que uma boa divulgação sobre o MONA Cagarras trará visibilidade a beleza e importância da biodiversidade local, além de estimular o uso público correto da área.

A atividade de turismo ecológico é relevante para economia local do Rio de Janeiro e também pode ajudar a coibir e denunciar práticas irregulares e deletérias à Unidade de Conservação.

Esperamos ter esclarecido sua observação e colocamo-nos à disposição para maiores esclarecimentos. ?

Rodrigo Rosa
Rodrigo Rosa
3 meses atrás

Oi:

Achei o site por uma bela imagem.
Lembro quando aí morava e via/achava encantador.
E lendo mais se aprende.
Isso de um comentário anterior até procede.
É antiga a história de POLUIÇÃO (alias desde criança sei das poluições das praias; aqui no RS tb há algumas e projetos).
E que o acidente geográfico exista até o fim do mundo.

Tchau,
Rodrigo O Rosa (Porto Alegre)

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