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O espetáculo do desabrochar do antúrio titã, a flor gigante, que só floresce duas a três vezes na vida e apenas por 72 horas

Antúrio titã, jarro titã ou flor-cadáver. Pelos nomes já dá para ter uma pista de porquê a Amorphophallus titanum é tão famosa. Planta rara e originária das florestas úmidas da ilha de Sumatra, na Indonésia, país do sudeste asiático, durante os seus estimados 40 anos de vida ela só floresce de duas a três vezes. E esse espetáculo da natureza dura apenas 72 horas. Por isso, toda vez que acontece há filas de pessoas interessadas em presenciar e registrar esse momento único.

Considerada a maior flor do mundo, já que pode alcançar até 3 metros de altura e 1,5 metro de diâmetro, na verdade, o antúrio titã é uma inflorescência em espádice. Termo difícil, né? Como explicam os especialistas do Jardim dos Cinco Sentidos, no Horto Oswaldo Cruz do Instituto Butantan, em São Paulo, onde existe um exemplar da planta, “ela é formada por uma espécie de tubérculo que lembra um espigão, a espádice, cuja base é formada por pequenas flores e ao redor dela há a bráctea, espécie de folha gigante chamada espata, de cor verde e creme por fora e bordô por dentro”.

Além de gigantesca – ela pode crescer até 16 centímetros por dia, no período que floresce -, a exótica antúrio titã tem outra particularidade: ela exala um odor fortíssimo, muito ruim, que se assemelha ao de carne podre. Daí a alcunha de “cadáver”.

O espetáculo do desabrochar do antúrio titã, a flor gigante, que só floresce de duas a três vezes na vida e durante 72 horas

Apesar de desagradável para os seres humanos, o cheiro atrai insetos responsáveis pela sua polinização*
(Foto: divulgação Grand Valley State University)

O odor é provocado por compostos de enxofre, mas só é liberado pela antúrio titã quando ela está prester a desabrochar. Este é um dos sinais de alerta de que o tão esperado espetáculo está prester a acontecer, assim como o crescimento do tubérculo, a espádice.

Foi isso o que aconteceu recentemente na Barbara Kindschi Greenhouse, da Universidade Estadual de Grand Valley, em Michigan, nos Estados Unidos. Um exemplar da Amorphophallus titanum foi doado ao local em 2015 e agora, sete anos depois, ela floresceu. E o alvoroço no local foi enorme! Mais de 3.500 pessoas visitaram a estufa para vê-la de perto.

O mais legal foi que a universidade filmou todo o desabrochou e fez um time-lapse com a imagem, que você confere mais abaixo.

“Com a glória de sua floração diminuindo, a planta voltará ao nível do solo e o bulbo ficará adormecido, então crescerá regularmente a vegetação nos anos seguintes até gerar energia suficiente – normalmente após sete a dez anos – para crescer novamente outra flor”, diz Christina Hipshier, supervisora da estufa.


*Na base do antúrio titã estão as flores femininas e masculinas que crescem na mesma inflorescência, mas são polinizadas em momentos diferentes. Os insetos – geralmente moscas e varejeiras – depositam o pólen nas flores femininas, que se abrem primeiro e se fecham em até 24 horas. Na sequência, são as flores masculinas que se abrem e são polinizadas. Depois de finalizada a polinização, a abertura da folhagem diminui, o cheiro muda e as flores masculinas soltam o pólen que serão levados pelos insetos que conseguem sair da planta. Depois disso, a espádice perde força e tomba, dando fim ao espetáculo promovido pela inflorescência – (texto Instituto Butantan).

Na parte de cima aparecem as flores masculinas e na debaixo, as femininas
(Foto: divulgação Grand Valley State University)

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Foto de abertura: Tim Rademacher, Wikimedia Commons, CC-BY-SA-4.0, CC BY-SA 4.0

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