Nome de nova espécie de sapo descoberta no Panamá homenageia a ativista Greta Thunberg

Nome de nova espécie de sapo descoberta no Panamá homenageia a ativista do clima Greta Thunberg

O pequeno sapo Pristimantis gretathunburgae vive nas montanhas altas da reserva de Cerro Chucantí, no Panamá, a cerca de 1 mil metros de altitude, em plena floresta tropical. Apesar de seu difícil acesso, essa região já perdeu mais de 30% de sua cobertura original na última década para lavouras e para a indústria pecuária. Além disso, um fungo letal ameaça os anfíbios que vivem ali.

“A situação do Pristimantis gretathunburgae também está intimamente ligada às mudanças climáticas, já que o aumento das temperaturas destrói o pequeno habitat da montanha”, afirmam os pesquisadores que fizeram a descoberta dessa nova espécie de sapo e por essa razão decidiram batizá-la com o nome de uma mais importantes ativistas pelo clima de nossos tempos: Greta Thunberg.

Com grandes e marcantes olhos pretos, algo atípico para sapos da América Central, o Pristimantis gretathunburgae tem seus parentes mais próximos em florestas da Colômbia. Mas deles se diferencia pela coloração ventral e da virilha, um lábio superior claro contrastante e uma cabeça maior.

Hoje a reserva de Cerro Chucantí é protegida pelo projeto “AdoptaBosque”, que tem o apoio da Rainforest Trust. Em 2018, para celebrar os 30 anos da entidade, foi promovido um leilão beneficente, que oferecia direitos de nomeação para algumas espécies novas para a ciência, entre elas, o sapo que agora homenageia Greta. Os recursos arrecadados com a iniciativa tinham como destino programas de conservação das espécies recém-descobertas.

“A Rainforest Trust está profundamente honrada em patrocinar a nomeação desta requintada e ameaçada espécie de sapo panamenho para Greta Thunberg. Greta, mais do que ninguém, nos lembra que o futuro de todas as espécies na Terra depende do que fazemos agora para acabar com as mudanças climáticas”, ressalta James Deutsch, CEO da organização.

Greta se tornou uma referência mundial em 2019 quando inspirou milhões de estudantes a irem para as ruas protestar contra a inação de governos para combater a crise climática. Indicada ao Prêmio Nobel da Paz, escolhida como ‘Personalidade do Ano’ pela revista Time e homenageada por uma série de outras publicações e entidades, a adolescente não mediu esforços para ressaltar que é preciso escutar a ciência.

Há pouco mais de dois anos, a ativista sueca já tinha sido homenageada com o nome de outra espécie: um besouro (leia mais aqui).

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Foto: divulgação Rainforest Trust

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.