Morre Winnie Mandela, um dos maiores ícones da luta contra o apartheid na África do Sul

 


Winie Madikizela Mandela
lutou bravamente contra o apartheid, tanto ao lado de seu marido, o maior líder da nação africana, Nelson Mandela, como sozinha. Lutou na clandestinidade e, durante o período em que ele esteve preso (27 anos), foi encarcerada duas vezes – em 1969 e 1971 -, chegando a ser condenada à prisão perpétua. Mas cumpriu parte da pena em prisão domiciliar.

Mandela foi libertado em 1990 e, dois anos depois, os dois se separaram. Em 1994, ele foi eleito presidente, nas primeiras eleições democráticas, e governou o país até 1999. Winie entrou para a política como vice-ministra de Artes e Cultura e, depois, seguiu como deputada, sempre defendendo a causa do seu coração.

Sua reputação foi prejudicada pelas acusações de incitação à violência, mas ela nunca perdeu o apoio do povo – era chamada de “Mãe da Nação” -, que a admirava por sua liderança e ativismo contra um regime brutalmente racista e repressor. Ela nunca perdeu essa liderança, mesmo quando foi acusada de incentivar práticas agressivas para acabar com o apartheid, ao mesmo tempo em que Mandela – ainda seu marido – lutava pela reconciliação. Ele era adepto da cultura da não-violência, como Gandhi.

Winnie chegou a ser condenada pelo sequestro e assassinato de um ativista, depois de acusado de ser informante, mas apelou e conseguiu se livrar da cadeia, pagando multa. De todo modo, sua biografia está manchada pelo relatório da Comissão da Verdade e Reconciliação de 1998, que inclui a declaração de um grupo de ativistas que a aponta como responsável por “graves violações dos direitos humanos”.

Até recentemente, Winie era referência para o Congresso Nacional Africano (ANC), que governa a Àfrica do Sul, desde o fim do apartheid.

Natural de Bizana, Winie estava internada desde 20 de janeiro deste ano por causa de infecção nos rins, no Hospital Milkpark, em Joanesburgo, onde faleceu aos 81 anos. Estava cercada por sua família, de acordo com nota divulgada por sua assessora pessoal.

Fontes: El País, The Guardian

Foto: Reprodução/Flickr

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Mônica Nunes

Jornalista com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo, saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da conferência TEDxSãoPaulo.